Anticoagulação

É muito comum escutar de pacientes desavisados referirem que suspenderam por conta própria o uso de anticoagulantes. Muitas vezes, por falta de informação ou por intermédio de pessoas que tiveram complicações diante do uso deles. No entanto, a atitude de suspender por conta própria o uso dessas medicações expõe os pacientes a riscos iminentes de desenvolver complicações fatais à vida, podendo levar, principalmente, a Trombo Embolia Pulmonar (TEP) e Acidente Vascular Cerebral (AVC).  Com certeza, o uso de anticoagulantes deve ser acompanhado de precaução. Na maioria dos casos, as complicações se dão por conta de desleixo do próprio paciente e falta de acompanhamento médico ou profissional especializado. Estas medicações atuam tanto na prevenção quanto no tratamento.

Prevenção

Em coagulopatias e em portadores de arritmias, como a fibrilação atrial ou portadores de válvulas cardíacas metálicas, impede a formação de coágulos no coração com desprendimento destes – o que pode levar à obstrução de vasos cerebrais e ocasionar AVC ou obstrução de vasos pulmonares, levando à embolia pulmonar.

Tratamento

No caso de Trombose Venosa Profunda(TVP)/Trombo Embolia Pulmonar(TEP)/Trombo Intra Cardíaco, promove a dissolução destes.

São várias as drogas disponíveis no mercado. Entretanto, há somente uma opção a custo baixo no Brasil, a qual não oferece o mesmo nível de segurança e conforto em relação as outras de custo mais elevado. Assim, obriga o paciente a manter uma rotina de acompanhamento médico regular para o controle adequado das taxas de coagulação do sangue, evitando sangramentos espontâneos ou hemorragias. Com isso, pode resultar na má adesão ou suspensão por conta própria do tratamento.

Estima-se que cerca de 45% dos pacientes em uso de anticoagulantes que necessitam o controle regular das taxas de coagulação permaneçam fora da faixa terapêutica necessária para uma atuação eficaz desta medicação, mantendo-se com a taxa de coagulação abaixo do ideal para a atuação destas. Isso resulta em tratamento sem sucesso para a finalidade para a qual foi proposto. Ou estando com valores acima da taxa terapêutica, deixando os pacientes em uso expostos a riscos de sangramento. A ingestão de vitamina K é um fator independente maior que interfere com a estabilidade anticoagulante, sendo, por isso, um fator clinicamente relevante. A lista de alimentos ricos em vitamina K inclui abacate, brócolis, espinafre, couve-flor. Mas a quantidade necessária para se opor ao efeito anticoagulante é bastante alta. O paciente deve ser informado que apenas a ingestão em grande excesso desses alimentos pode dificultar a ação do anticoagulante.

Entre as indicações para uso de anticoagulantes, as principais são: Trombose Venosa Profunda(TVP)/Trombo Embolia Pulmonar(TEP)/Portadores de Válvulas Cardíacas Metálicas /Arritmias ‘Fibrilação Atrial’/Síndromes Coronarianas.

O maior dilema do uso de anticoagulantes na prática clínica é balancear o benefício da prevenção de eventos tromboembólicos e o risco de complicações hemorrágicas.  Idosos estão mais expostos as complicações hemorrágicas. Devido à maior incidência de quedas e pancadas a que estão expostos. Recomenda-se o uso da medicação sob supervisão médica, para controle sistemático regular das taxas de coagulação, mesmo quando em uso das medicações mais seguras, que não requerem controle destas taxas. E nunca o abandono por conta própria do tratamento.

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