Antes de matar a mãe e se matar, PM enviou WhatsApp ao irmão

Corpos foram encontrados em Divinópolis e Rio Pomba

Antes de matar a própria mãe e suicidar, o policial militar Igor Quintão Vieira, de 23 anos, enviou mensagens ao WhatsApp do irmão informando sobre o crime. A informação é da corporação onde o autor dos crimes trabalhava. No texto, Igor pedia desculpas por sua fraqueza e pedia que avisasse à polícia que ele havia matado a namorada e a mãe dela em Divinópolis. Ele revelou ainda que mataria a própria mãe para que ela não tivesse que conviver com a dor que sentiria pelos crimes que o filho cometeu. Em seguida, tiraria a própria vida. 

Entenda o caso 

Os crimes ocorreram entre a noite de sexta-feira, 11, e a manhã deste sábado, 12. Igor matou a ex companheira Aline Guimarães Rodrigues, de 34 anos, que também era soldado da PM. Também assassinou a mãe dela, Elisabete Guimarães Rodrigues, de 66, em Divinópolis. 

O casal estudava junto na Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Sargentos, em Belo Horizonte. Aline morava em Divinópolis. 

a mãe do militar, Eloiza Santa Quintão Vieira, de 48 anos, foi morta em Rio Pomba, na Zona da Mata, onde morava e também onde o soldado se matou em seguida

De acordo com o capitão Leonardo Tagliate, comandante da 293ª Companhia do 21º Batalhão da PM, unidade que faz o policiamento em Rio Pomba, a corporação foi chamada por volta das 6h30 deste sábado após parentes de Igor encontrarem mãe e filho deitados na cama, sendo que o militar segurava um revólver calibre 38. Cada um foi atingido por um tiro. 

- Inicialmente, o que dá para entender da cena é que o militar teria matado a mãe e cometido o autoextermínio em seguida – disse.

Os policiais militares de Rio Pomba fizeram contato com os de Divinópolis e pediram que equipes fossem enviadas à casa da namorada do jovem, para checar se procedia a informação de que Igor teria matado a moça e a mãe dela. 

Por volta das 9h os policiais chegaram ao imóvel, no bairro Sidil, onde confirmaram a informação. A jovem e a mãe estavam em quartos diferentes e tinham marcas de ferimentos causadas por tiro de arma calibre 38. Peritos analisaram os corpos e os liberaram para o Instituto Médico Legal (IML) de Divinópolis. 

Linhas de investigação

A investigação terá como objetivo descobrir se os tiros realmente partiram da mão do militar, se havia uma terceira pessoa na cena do crime ou até mesmo se a dinâmica foi diferente apenas com os dois dentro de casa. Ainda segundo o capitão Tagliate, o soldado da PM servia em Belo Horizonte e tinha ido à casa da mãe, que mora em Rio Pomba.

Conforme o major Flávio Santiago, chefe da sala de imprensa da PM, antes de matar a mãe, o militar enviou uma mensagem pelo WhatsApp para um irmão confessando as mortes e avisando sobre a execução de Eloiza Santa Quintão Vieira.

- Na mensagem, ele confessou a morte da sargento Aline e da mãe dela e disse que não aguentaria ver o sofrimento da mãe e que, por isso, também teria que matá-la. A princípio, a motivação do crime seria passional. Ambos eram bons policiais e sem histórico de problemas. O caso será investigado – disse o militar.

Atualmente, ele fazia o curso da Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Sargentos, que fica na Academia da Polícia Militar, no bairro Prado, Oeste de BH, e por isso não estava atuando no serviço operacional. Ele já tinha atuado no 22º Batalhão da PM, responsável pelo policiamento de parte da zona sul da capital mineira.

De acordo com a PM, parentes não informaram nenhum problema prévio entre mãe e filho e colegas de turma do futuro sargento também foram consultados, não destacando nenhum tipo de problema do soldado que pudesse ter motivado o crime.

A Polícia Civil informou que a previsão é que o laudo da perícia seja divulgado em um prazo médio de 30 dias e as investigações já iniciaram.

Os corpos do policial e da mãe dele já foram liberados. A previsão é de que sejam enterrados às 17h, na cidade de Tabuleiro.

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