Ano novo, velhos problemas

O ano mal começou e já promete muita novela mexicana ao longo dos próximos 363 dias. O ano é novo, mas Divinópolis tem aqueles velhos problemas. Na última segunda-feira, 31, a “nova” Mesa Diretora tomou posse na Câmara. O vereador Rodrigo Kaboja (PSD) assumiu mais uma vez a presidência do Poder Legislativo, desta vez, ao lado de Marcos Vinícius (Pros), Renato Ferreira (PSDB) e Nego do Buritis (Patriota), que são vice-presidente, primeiro secretário e segundo secretário, respectivamente.

Com a presença do prefeito Galileu Machado (MDB) durante a posse, o atual presidente fez um discurso sobre a harmonia entre os dois poderes. Kaboja criticou os pedidos de impeachments contra Galileu, protocolados durante 2018 e também a rejeição do projeto de lei, que autorizava o Município a fazer um empréstimo de R$ 5 milhões, para fazer o georreferencimento na cidade.

Mas, falou bonito? Sim, muito. Porém, o presidente se esqueceu de citar que além de harmonia, é necessário que os dois poderes tenham transparência. E, que harmonia não significa fechar os olhos para todos os atos. O vereador esqueceu se de citar ainda, as “negociações” que ocorrem livremente, principalmente, sobre os cargos comissionados, tanto da Prefeitura, quanto da Câmara.

Há de se questionar algumas nomeações na Câmara. Ontem, por exemplo, uma ex-funcionária da Prefeitura exonerada no novo pacote de economia, postou em uma rede social que já estava trabalhando em uma “casa” nova. Adivinhe qual “casa” é? Sim! A Câmara.

Situações como estas trazem à tona um velho problema. Mostram que a política divinopolitana em pleno século XXI ainda beira próximo ao coronelismo. E para descobrir situações assim, não é muito difícil. Basta dar uma andada nos corredores da Casa, em dias que não têm reunião extraordinária, para descobrir que Executivo e Legislativo andam muito mais em harmonia do que o povo imagina e esta harmonia reina há anos. Não somente por aqui, é claro, o Brasil faz política desta forma ainda e nem mais um século será capaz de banir esta prática nos poderes que constituem o país, infelizmente.

Enfim, é o que temos até agora para 2019. É gente exonerado de lá, e nomeado de cá; é amigo empresário nomeando seus indicados também. Uma verdadeira farra custeada pela população que custa pagar seus impostos, diga-se de passagem, os mais caros do mundo. E o retorno? Ah, se as paredes falassem! A Educação aplicada de forma vergonhosa e a Saúde, um caos, bem que poderiam responder. Mas, cá para nós. Está escancarado e só não enxerga, quem finge não ver.

Ah, se o povo realmente fiscalizasse aqueles que elegeram! Ah se interessasse um pouco mais sobre o que acontece realmente na política. Talvez não teria os mesmos problemas. Não viveria um verdadeiro Déjà vu a cada ano que escolhe seus representantes.

 

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