Ano novo, pauta velha!

Bob Clementino

Amigos leitores, antes das notícias, propriamente, meus votos de que todos tenhamos um 2020 promissor, de otimismo, realizações e conquistas, momento em que agradeço por mais um ano de companhia. Realmente, é uma honra incomensurável tê-los como leitores e conto com todos no curso deste ano.

Ano novo, pauta velha!

Há várias administrações de Divinópolis que a cantilena é a mesma: ou se pagam os salários dos servidores em dia ou se fazem as obras necessárias, as duas coisas simultaneamente o orçamento não dá conta. Por isso, começamos  o novo ano com as mesmas cobranças:

− Salários continuam atrasados: na íntegra, mas 13º só será pago no dia 31 de janeiro;

− Término da construção do hospital público, sem previsão;

− Construção dos interceptores nos riachos que são esgotos a céu aberto ainda não começaram;

− Análise das águas dos riachos, para provar oficialmente que eles são esgotos a céu aberto, prometida pelo vereador Matheus Costa (CDN) ainda não chegou à redação;

− As investigações sobre prática de “troca-troca” entre vereadores e o prefeito não se esgotaram com os depoimentos da secretária de Fazenda (Semfaz), Suzana Xavier, e do servidor Bruno, perante os vereadores, já que o Sargento Elton (Patriota), à época, fez novas denúncias, servindo-se de declarações dos próprios edis, indicativas desta prática ilegal.

Foguetes sem estampidos

Várias cidades do Brasil criaram leis que proíbem o uso de fogos de artifícios ruidosos e há possibilidade de o vereador Ademir Silva (PSD) também adotar aqui a mesma ideia legislativa, proibindo não só o uso de fogos barulhentos, mas também sua comercialização. O objetivo é
proteger os animais silvestres da Mata do Noé, os bebês, muitos idosos, pessoas no espectro autista, os gatos e os cachorros. O assunto movimentou um grande debate no meu perfil no Facebook, entre empresários, representantes da Prefeitura de Santo Antônio do Monte e amigos do perfil. O grande temor dos moradores, empresários e Prefeitura é de que esta demanda por fogos sem estampidos gere desempregos em Santo Antônio do Monte e em outras cidades mineiras que produzem fogos de artifício. Mas não precisa ser necessariamente
assim.

Adaptar aos novos tempos

Que fogos sem estampidos é uma exigência de grande parte da população brasileira, não há dúvida. Bom lembrar que em São Paulo, e em vários outros municípios do Brasil, os fogos de artifícios que abrilhantaram o Réveillon 2020 foram sem estampidos, por exigência de
leis municipais. Viu-se que é possível excluir o estampido e que apenas cabe à indústria de fogos de artifícios adaptar sua linha de produção a esta nova realidade. Poderão até alegar que essa adequação leve tempo e, então, só restaria lamentar que prefeituras, empresários e sindicato patronal não tenham percebido tal necessidade e iniciado há quatro anos essa linha de montagem. É prudente que as indústrias de fogos corram contra o tempo e se preparem para ter em estoque fogos sem estampidos a oferecer, pois é altamente provável que nas festas de fim de ano de 2020 cresça o número de pedidos de fogos com a nova técnica. Isso se já não ocorrer pedido à época de festas intermediárias do ano.

Rogério Jacques: fogos sem estampidos.

Rogério, artista, (palhaço) graduado em gestão pública e cursando pós-graduação em ciência política pela Unicesumar, participou dos debates nas redes sociais sobre fogos sem estampidos e deu a seguinte contribuição:

“O que fazer com o fim dos foguetes com barulhos? Há muito se vem discutindo sobre a proibição de fogos de artifícios. Mas proibir será a solução mais assertiva? São inúmeros os entes prejudicados com excesso de barulhos, animais (alguns chegam a óbito), crianças
autistas, idosos, pessoas acamadas, que passam um tormento durante as explosões. Mas, na outra via, existem as empresas que geram ativos e mão de obra para diversas famílias. De que forma agir? Estamos vivendo uma revolução tecnológica e devemos, sim, ter um pensamento macro, provocando agentes políticos, iniciativa privada e sociedade civil para um debate com mais efetividade. A utilização de foguetes silenciosos, havendo uma ampla campanha de conscientização, acredito que a demanda será a mesma ou até aumentar agradando a todos
stakeholders. Outra hipótese, tributar com ativos bem elevados qualquer instituição que queira usar fogos com barulhos e a receita arrecadada destinada a um fundo de assistência aos entes prejudicados, além de uma sanção rígida para quem descumprir. É possível fazer uma festa sem prejudicar o coletivo, cidadãos, animais e empresas”.

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