Angina (Dor Precordial – Dor no Peito)

 

Você já sentiu pontadas no peito ou uma sensação de queimação, quem sabe uma ardenciazinha? Dor neste osso do meio do peito que piora quando faz algum movimento ou quando respira? Quem sabe uma sensação de formigamento ou uma dor que, a cada hora, migra para um lugar diferente? Isso é angina? Provavelmente, não! Estas são as diferentes formas que inúmeros pacientes relatam sintomas atípicos de dor no peito que geralmente nós, médicos, escutamos o paciente reclamar. “Mas, doutor, angina não quer dizer dor no peito?”

Angina é coisa séria. Porém, grande parte dos pacientes que chegam ao consultório referindo ser portadores de angina não tem o diagnóstico correto ou teve esse diagnóstico mal formulado. Essa situação faz com vários deles, inclusive, sigam tratamento medicamentoso por anos sem saber de certo o que significa essa palavra 

Angina, de fato, quer dizer dor no peito. No entanto, essa dor é proveniente do coração, desencadeada por um distúrbio (isquemia) em vasos sanguíneos que irrigam o coração (coronárias), podendo preceder um infarto e levar à morte. A causa principal é a obstrução (entupimento) parcial de uma das coronárias.

Considera-se Angina Estável a dor crônica desencadeada de esforços e, geralmente, acalmada ao repouso. Pode irradiar-se para regiões adjacentes (mandíbula/ombros ou até braços). Pode ser iniciada por um estresse emocional ou com esforço, pois essas situações aumentam a frequência cardíaca e a necessidade de maior fluxo sanguíneo, impossibilitado diante de uma obstrução parcial por uma placa de ateroma (gordura) no vaso sanguíneo. Já a Angina Instável ocorre mesmo em repouso, de forma intensa, com início agudo, e progressiva.

Ambas estão associadas à doença arterial coronariana, principalmente por formação de placas de ateroma (gordura) nos vasos. Mais uma doença cardiovascular relacionada à qualidade de vida inadequada: sedentarismo/tabagismo/obesidade/hipertensão/alterações no colesterol.

A doença cardíaca isquêmica é a principal causa de morte no mundo e a previsão é de aumento nos casos no futuro, considerando o aumento da obesidade, diabetes tipo 2 e crescimento de risco cardiovasculares entre as gerações mais jovens. Grande parte dos pacientes que buscam atendimentos em decorrência de dor no peito são ansiosos, que somatizam seus problemas e suas emoções. Outros, em virtude de sua profissão por esforços físicos extenuantes ou tensões, podem evoluir com contraturas e espasmos musculares. Ou até mesmo apresentarem refluxos esofágicos simulando uma angina.  No entanto, o melhor tratamento é a prevenção. Ninguém melhor que o cardiologista para cuidar do seu coração.

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