Alento

Alento 

Dizem por aí que a voz do povo é a voz de Deus. Em outras palavras, quem manda é o povo. Além de ser um ditado popular, também no artigo primeiro, parágrafo único, da Constituição Federal: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Apesar de o significado ser lindo no papel e nos ditados populares, inúmeras vezes a população não usa o poder que tem, justamente por isso o Brasil está onde está hoje. Mas, nesta quarta-feira, 5, o povo pôde sentir um pouco da sua força, quando o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a inclusão de crianças de 5 a 11 anos no cronograma de vacinação contra a covid-19. 

A decisão do Governo Federal veio após os brasileiros aprovarem a imunização de crianças de 5 a 11 anos, durante uma consulta pública feita nas últimas semanas. Além de mostrar a força do povo, a inclusão de crianças no cronograma de vacinação contra o coronavírus traz esperança e mostra que nem tudo está perdido. Ainda existem bons no meio dos maus. Sim! Resumidamente é isso. A luta do bem contra o mal desde o início da pandemia. E  isso não é sobre a luta da humanidade contra o “inimigo invisível”; é a luta da humanidade contra o negacionismo, contra as notícias falsas, contra a desinformação, contra tudo o que impede os brasileiros de sobreviverem, contra aqueles que deveriam ser os primeiros a cumprir o que determina o artigo 196 da Constituição Federal: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. 

Ainda não é possível dizer quando a sociedade retrocedeu ao ponto de algumas pessoas não acreditarem na eficácia das vacinas, e, pior, lutarem para que outros não tenham acesso a imunizantes. Ainda não se sabe em qual momento o ser humano falhou miseravelmente a ponto de não acreditar na ciência, a ponto de não acreditar em fatos, a ponto de achar que opinião vale mais do que ciência, vale mais do que fato. Ainda não se consegue respostas para isso, mas com a inclusão de crianças de 5 a 11 anos no cronograma de vacinação contra a covid-19 é possível afirmar: existe uma luz no fim do túnel. A luta contra todo este terror não é em vão, pelo contrário, ela deve continuar, e cada dia mais forte. Este legado de persistência, de esperança, que salva vidas, que cada um que acredita na vacina, que na ciência, que acredita no Sistema Único de Saúde (SUS) deixará para as próximas gerações: a certeza que o bem sempre vence o mal. 

E isso nada mais é do que um alento e força para que todos continuem unidos em um só propósito: salvar vidas, curar almas, tirar as vendas dos olhos daqueles que ainda têm salvação.

 

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