Ainda não

Preto no Branco 

A possibilidade de abertura total do comércio em Divinópolis, pelo menos por enquanto, está descartada. A informação vem do prefeito Galileu Machado (MDB), revelada ao Agora em uma entrevista em seu gabinete. O chefe do Executivo disse que para a próxima semana, como foi especulado após a publicação do último decreto, não vai ocorrer. Galileu apontou os números do coronavírus na cidade, ainda crescentes, como principal empecilho. Diz estar preocupado com a estagnação da economia e a situação dos empresários, mas que, se não houver saúde, não tem desenvolvimento. E por mais que haja quem discorde, por mais que doa especialmente no bolso, esta é a mais pura verdade.

Meio contraditório 

Por falar no último decreto publicado nesta segunda-feira, 18, a vedação de praças, vias e outros locais para a prática de atividades de esporte e lazer, ou vias que permitam, como a rua Pitangui, ficou meio estranho.  O intuito, conforme o documento, é evitar aglomerações. Como assim? O comércio em si e as academias que foram liberadas são exemplos. Alguém jura que não terá? Além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a realização de exercícios físicos durante a quarentena, desde que eles sejam feitos de maneira segura com o uso de máscaras, por exemplo. Penso que este artigo deveria ser repensado, visto que muita gente não tem em casa espaços que possibilitem a prática destas atividades. 

Alerta importante

A possível contaminação da diretora de Vigilância em Saúde, Janice Soares, por covid-19, acende um alerta vermelho. Claro que ela corria mais riscos, pois atua na linha de frente da pandemia, mas conhecedora e transmissora da necessidade da prevenção, tomou todos os cuidados possíveis e, mesmo assim, não ficou fora do risco. Imagine quem anda pela cidade como se tudo estivesse normal, não usa os itens básicos como a máscara porque acredita que com ele (ela) não vai acontecer? A situação é séria e mais do que nunca acreditar em um ditado muito antigo, mas certeiro, vale a pena: “caldo de galinha e prudência, nunca fizeram mal a ninguém”!

Fora da realidade 

E não é somente pelos casos confirmados da covid-19 é que atenção deve ser redobrada. Quem acompanha os números da doença na cidade e no estado certamente está consciente da subnotificação, que é gigantesca. E números da própria Secretaria de Estado de Saúde (SES) comprovam isso. Dados da pasta mostram que Minas Gerais testa apenas 79 pessoas a cada 100 mil habitantes. E a consequência da realização pífia de exames é que perdemos até para o Ceará, estado com condições muito aquém, economicamente falando.  Fator determinante para o estado não estar entre os principais no país em quantidade de mortes e confirmações. Precisa de um motivo mais convincente para nos preocuparmos? Penso que não. 

Direito deles 

Disso todo mundo sabe. Não precisa o governador Romeu Zema (Novo) dizer mais uma vez que o trabalhador precisa receber pelo que faz.  O problema é falar, falar, e não ter data certa. Até ontem pela manhã, o chefe do Executivo não tinha data para pagar o restante dos servidores, o que acabou ocorrendo no início da tarde. Essa ansiedade e a incerteza dos educadores e outras categorias, certamente, estão fazendo muito mal a eles, que temem muito mais esta situação do que adoecer de corona. Afinal, é impossível ficar bem com contas atrasadas e, principalmente falta de alimentação. Está difícil? Claro, impossível não saber disso, mas então divida o pão. Privilegiar neste momento, não é o caminho. Neste sentido, o Legislativo  – digo vereadores e deputados  e também servidores da Justiça – estão deixando a desejar, quando o assunto é colaboração. Podem ajudar e muito. Afinal, ganham bem e recebem em dia.  Se, por um lado, falta iniciativa do governo, por algum motivo que o impeça, do outro,  iniciativa e pensar no próximo. Momento de incerteza, sofrimento, e mesmo assim prevalece: “Pimenta nos olhos do outro, é refresco”! Lamentável. 

Comentários