Agressões a mulheres e feminicídios seguem em alta

Balanço mostra quase nove mil registros violentos e nove assassinatos em 2019; números são de Divinópolis e região

Bruno Davi Bueno

Na madrugada de ontem, Divinópolis registrou mais uma tentativa de feminicídio. Segundo informações do Samu, uma mulher de 48 anos foi agredida no bairro Nações e relatou que mantinha relações com seu agressor. 

A ocorrência, infelizmente, não é isolada, visto que os casos de agressão à mulher e as tentativas de feminicídio aumentaram constantemente nos últimos dias. 

Frequente

No último dia 28, dois registros semelhantes chamaram atenção dos divinopolitanos para o problema frequente no município. No início da madrugada, uma mulher de 48 anos foi atingida por várias facadas na avenida 21 de Abril. Teve cortes no abdômen e correu risco de morte.

Um pouco depois, às 1h30, outra tentativa de feminicídio foi registrada. Uma mulher de 31 anos foi até uma festa onde encontrou seu ex-companheiro, de 42 anos. Os dois tinham acabado de terminar a relação. Ao avistar a mulher, o agressor partiu para cima da vítima, efetuando três golpes de faca e fugindo do local.

Ambos os agressores foram rastreados pela polícia e localizados.

Quase nove mil

Os registros em Divinópolis refletem os números da região Centro-Oeste. 

Segundo dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), quase nove mil mulheres foram vítimas de violência em 2019. Os dados se referem a Divinópolis e região Centro-Oeste. Ainda segundo a Sejusp, nove mulheres foram assassinadas no período de janeiro de 2018 a novembro de 2019.

Feminicídio

No último domingo, 3, um feminicídio foi registrado na MG-050, em Itaúna. O policial militar André Luiz da Cunha, de 25 anos, assassinou a esposa, Cassiana Almeida de Souza, de 31, e em seguida se matou. Ele estava de folga e fardado, e a arma usada no crime foi uma pistola calibre 40 da Polícia Militar.

Medidas protetivas

Por meio da lei Maria da Penha ‒ nº 11.340 de 2006 ‒ algumas medidas protetivas são realizadas a fim de conter os agressores e impedir as tentativas de feminicídio. Ao ser constatado que o agressor gera risco de morte à vítima, ele é impedido de conviver no mesmo espaço e precisa manter certa distância da mulher.

Contudo, na maioria das vezes essas medidas não amedrontam os agressores. No dia 17 do mês passado, por exemplo, um homem de 43 anos foi preso após ameaçar sua ex-companheira no seu local de trabalho no bairro Serra Verde, em Divinópolis. Ele estava com uma medida protetiva em aberto que o impedia de ver a vítima.

Comentários