Agradar?

Preto no Branco 

Sempre atento, o vereador Roger Viegas (Pros) não deixar escapar questões denunciadas ou publicadas pela imprensa, principalmente porque faz parte dela. Isso o coloca à frente dos demais, quando o assunto e analisar e absorver as informações. Por isso, em quase todos os seus discursos na Câmara, usa parte para comentar alguma reportagem. A maioria, algum assunto que o Agora leva os seus leitores, como prestação de serviço, o que faz de forma impecável há 48 anos. Na última terça-feira, 4, primeira reunião ordinária de 2020, não foi diferente.  Esta escrevente, também sempre atenta, só não concorda com o agradar à imprensa.

Explico

Para quem está “boiando” aí no assunto, o Agora trouxe na edição desta terça-feira, de forma dissecada o valor que a Casa Legislativa pode gastar com lanche em 2020, previsto, é claro, no orçamento. São R$ 25 mil a mais em relação ao montante de 2019. No entanto, o foco não foi o valor a mais, até porque não se gasta tudo e isso todo mundo “está careca de saber”! Tanto que, no ano passado, não se gastou nem a metade. Mas a variedade prevista no cardápio, e olha que não é pouca, não! Muitas lanchonetes e padarias não oferecem nem a metade do que consta na lista. Voltando ao discurso de Roger, quando ele pediu ao presidente Rodrigo Kaboja para explicar ao povo a diferença entre a perspectiva e gasto, sugeriu que, se fosse para cortar o lanche para agradar à imprensa, por ele tudo bem. Na verdade, agradar ao Agora, então. Afinal, foi ele que explicou – muito bem – diga-se de passagem, em primeira mão. Porém, neste caso, Roger, não se trata de agradar quem mostrou a realidade, e sim de não jogar na cara do povo a desigualdade com que ele é tratado. E não é de hoje.

Não lê

Concordo plenamente quando você diz que parte da população não lê uma reportagem por completo, aliás, é a maioria e tem, sim, uma interpretação equivocada sobre a situação. E não é só jornal e revistas jornalísticas, livros principalmente. Não é à toa que é passada para traz em todo processo eleitoral. No entanto, não é só ela. Boa parte da classe política também. Prova disso é que alguns recebem informações de terceiros por telefone ou apenas leem as manchetes e vão para o microfone e redes sociais difamar o jornalista e seu veículo de comunicação. Mas de onde saem os políticos? Fica elas por elas. Deixo claro que não é o seu caso. Por este motivo, o cuidado deve ser ainda maior, pois uma palavra dita de forma equivocada pode soar mal.  

Dê os nomes

O presidente da Casa, Rodrigo Kaboja, respondeu a Roger revelando que existe um documento no qual alguns vereadores pediram para trocar a empresa fornecedora dos lanches devido à qualidade dele. Disse que chegaram a afirmar que as guloseimas eram um lixo. Ele sugeriu que, da mesma forma que fizeram o pedindo para trocar, poderia fazê-lo solicitando para cotar. Fica a sugestão para o presidente, então, que torne públicos os nomes dos vereadores que chamaram o lanche de lixo. Seus eleitores, que mal comem um pão com manteiga – digo, margarina – no café da manhã, precisam e devem saber que uma pessoa que  despreza comida boa assim deve tomar uma xícara de café na casa de quem está pedindo voto e depois enfiar o dedo na garganta e vomitar. É esse o representante que eles querem? Duvido.

Campanha

Na segunda reunião ordinária do ano, hoje, está prevista a escolha do vice-presidente da Mesa Diretora. Na pauta, consta quatro projetos. Já é alguma coisa, tendo em vista que, na primeira, não houve nenhuma matéria para ser apreciada e a reunião se resumiu a pronunciamentos, mesmo que de forma leve e indireta, focados na campanha eleitoral. Os mesmos assuntos, críticas e indiretas de 2019. Menos! Tem muita gente que já percebe estes deslizes. E ela será capaz de distinguir daqui até outubro quem a representa de verdade.

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