Agências do Bradesco em Divinópolis recuam e normalizam horário

 

Gisele Souto

O Bradesco recuou e resolveu normalizar seu horário de atendimento. A decisão ocorreu após repercussão negativa de medida tomada pelo banco. A alegação foi a adequação à Lei Municipal 8.635.

As agências do Bradesco foram as primeiras a se adequarem à norma. Pelo menos a parte dela. Isso porque a norma aprovada em outubro do ano passado determina que as portas ou grades confeccionadas em aço devem ser instaladas nos bancos para evitar explosões a caixas eletrônicos. Mas não fala nada sobre possível mudança em horários e dias de funcionamento do autoatendimento. A norma é clara ao dizer que o atendimento continuará das 22h às 6h. Porém, o Bradesco anexou na porta de agência um cartaz de orientação aos clientes. O texto dizia que, devido à lei municipal, o autoatendimento seria encerrado às 18h, retornando às 8h do dia seguinte. Além disso, nos fins de semana e feriados este serviço ficaria fechado.

A decisão causou revolta nos clientes e gerou uma representação da Associação dos Advogados do Centro-Oeste (AACO) no Ministério Público, pedindo providências porque o banco teria agido de má-fé.  Ciente da polêmica e da repercussão do fato na imprensa e na Câmara Municipal, o banco voltou atrás na decisão.

Recuo

A interrupção no atendimento começou na semana passada e, no último fim de semana, o serviço já não funcionou. Porém, somente depois da repercussão no início desta semana e da cobrança por parte dos clientes, é que o banco voltou atrás.

A assessoria de comunicação da instituição bancária informou à reportagem ontem que o serviço está funcionando normalmente nos horários anteriores e não há risco de nova interrupção. Ontem, o comunicado havia sido retirado de todas as agências.

Entenda o caso

A lei número 8.635, de autoria do Sargento Elton (PEN), aprovada em outubro do ano passado, diz em seu artigo 1º – parágrafo único – que as portas ou grades confeccionadas em aço de material resistente nos bancos ficarão fechadas das 22h às 6h. O objetivo é evitar explosões a caixas eletrônicos. A única exceção são os bancos que têm vigilância 24 horas.

Porém, o Bradesco interpretou a norma de outra forma e interrompeu o acesso aos caixas eletrônicos a partir das 18h, retornando no dia seguinte, às 8h. Situação que parou no Ministério Público (MP).

A Associação dos Advogados do Centro-Oeste de Minas (AACO), por meio da Comissão do Direito do Consumidor, que tem à frente o advogado Eduardo Augusto Silva Teixeira, protocolou na segunda-feira, 12, uma representação no Ministério Público.

O documento faz esclarecimentos sobre a lei e denuncia que a agência teria agido de má-fé. O texto diz que a decisão gerou grande tumulto e revolta na população, especialmente nos correntistas do banco.

Segundo o advogado, a agência deu a entender que a lei municipal proíbe o serviço de autoatendimento entre 22h e 8h, fins de semana e feriados.

Revoltado, Sargento Elton afirmou à reportagem e em seu discurso na reunião da Câmara, na última terça, que houve uma deturpação da lei.

Até o fechamento desta página, por volta das 16h30, o MP ainda não tinha um parecer sobre o caso.

 

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