Adolescente é surrada em frente a uma escola de Divinópolis e ninguém socorre

 

Gisele Souto

Agressões verbais e ameaças dentro da escola se transformaram numa grave agressão fora dela. Pela quantidade de alunos que apenas olhavam, filmavam e até aplaudiam, parecia mais ringue.  A ocorrência foi registrada na quinta-feira passada, 5, do lado de fora da Escola Estadual Santo Thomaz de Aquino, no bairro Porto Velho.

Ao sair da aula, do turno vespertino, por volta das 17h25, uma menina de 12 anos foi cercada e brutalmente agredida por outra. As agressões se concentraram na cabeça, no pescoço e nas costas, já que a agressora subiu em cima dela e por muitas vezes batia sua cabeça no chão e tentou enforcá-la. Grande parte dos alunos que também saíram no mesmo horário fez um roda em torno das duas e, em nenhum momento, tentaram separá-las. Tudo foi gravado e um vídeo viralizou nas redes sociais.

Memes

Indignada, a mãe Dayane Alves Vieira revela que não houve motivos, apenas outras meninas não gostam dela, por isso a espancaram. A mãe disse que a filha não reagiu, não sabe brigar, porque não foi criada para isso. Dayane, além de registrar um boletim de ocorrência, procurou a escola, que já estava de posse de um vídeo gravado da briga e informou a ela que havia confiscado o material feito por alunos. A mãe reclama que foi avisada por uma colega da filha e que a escola não avisou. Dayane conta também e o procedimento que adotou após ter conversando com a diretoria foi chamar a Polícia Militar.

— A escola queria me mostrar o vídeo, mas não quis ver. Porém, outras pessoas tinham feito e ele viralizou dando origem a diversos memes. Agora, minha filha não quer mais sair de casa, voltar para a escola, porque, além de sentir muita dor na cabeça, está morrendo de vergonha — conta.

Machucada

A mãe conta que, por causa das escoriações, levou a filha à UPA, onde foi atendida, porém ela continuou a sentir dor, principalmente na cabeça. Ontem à tarde, ela a levou a um neurologista para avaliar melhor os machucados e sintomas na cabeça.  Ele pediu um exame de tomografia e irá avaliar no retorno. A mãe conta ainda que já arrumou um advogado para entrar com uma ação, e vai à Superintendência Regional de Educação (SRE) pedir para que o órgão arrume uma vaga para a filha em outra escola.

O promotor da Infância e Juventude, Carlos Fortes, informou que a ocorrência ainda deve estar sob investigação da Polícia Civil, por isso não chegou a suas mãos.

Procurada pela reportagem, a escola disse que não comenta brigas fora da escola.

 

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