Adeus, meu botijão

Domingos Calixto

Um dos grandes sábios gregos, Bias de Priene (600 a.C. – 530 a.C.), ensinava: “Não sejas mau, nem tolo.”

Considerando-se que a maldade é uma condição facilmente desenvolvida pelo ser humano exatamente pelas dificuldades que ele – o ser humano – tem de ajustar-se ao bem, há que se considerar que a produção da tolice só pode ser creditada às práticas do mal.

Assim sendo, eis que a tolice deve ser expandida porque é pela sua existência que a maldade se esconde e se propaga. Daí considerar-se sofisticadas técnicas da maldade em produzi-la largamente.

Ora, não fosse pela tolice expandida, como admitir a cadeira da presidência usurpada e ocupada pelos senhores da maldade esbanjando tirania em perdões ilegítimos para com as dívidas de bancos e grandes empresas junto à Previdência, as quais se deleitam em fraudes monumentais ao escambo dos sacrifícios das classes baixas perdidas em datas (des) conhecidas para sua confusa, parca e incerta aposentadoria?

Não fosse pela tolice expandida, como seria possível o eleito “corrupto do ano” alegar que em seu governo (?) não tem corrupção e desfilar com seu séquito de escolhidos omissos – sem qualquer pudor – cegos diante da quase centena de pedidos de impeachment em seu desfavor – por corrupção – enquanto de sua boca escorre um escaldante rio de “leite moça” que supera a casa dos bilhões de reais, contrastando com milhares que morrem no país por falta de oxigênio mesquinhamente não comprado? 

E o sujeito ainda manda seus interlocutores à p... que pariu!!!(...) Que vá ele!

Não fosse pela tolice expandida como seria possível escutar do indivíduo que “o Brasil está quebrado”, enquanto ele canaliza três bilhões de reais para “interferir” na eleição do seu (mais um) escolhido para a presidência da Câmara dos Deputados, exatamente para manter a missão diante daqueles (e outros) pedidos de impeachment por corrupção que ele “alega” não existir? 

Ainda sob o manto da tolice expandida já foram feitos assaltos (chamam de “reformas”) contra direitos trabalhistas e previdenciários. Resultou em alguma melhora, ou aumento da riqueza de organizações criminosas disfarçadas de investidores na tolice expandida? Qualquer um pode se inteirar de como o “easy money meaning” funciona bastando ter acesso às tramas da “vaza jato”, as quais comprovaram a farsa da “lava jato” que, de tão farsante, conseguiu-se fazer corrupção para não combater a corrupção dela própria.

Ocorre que as organizações criminosas que operam e lavam dinheiro no capitalismo financeiro sempre querem mais e mais. 

Assim, foi realizado pelo BANCO CREDIT SUISSE um evento (?) chamado “Latin America Investment Conference”, no qual foi dado um verdadeiro “ultimato” ao governo brasileiro para que, em um prazo de seis meses, se opere novas reformas administrativas e fiscais, as quais se resumem basicamente no fim dos auxílios emergenciais e quebra de qualquer garantia de pagamento de proventos aos servidores em caso de oscilações do mercado. Tudo para garantir o lucro dos investidores mediante o pagamento de juros do governo com base nas variações do dólar americano. Haja tolice expandida.

Põe-se evidente que o ocupante da Presidência lá estava e a tudo ouviu  obsequiosamente e se comprometeu a obedecer e a expandir a tolice, como bem se lhe manda. É claro, não mandou ninguém para a p... que pariu. Nisso ele não é tolo.

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