A vida cobra caro

Os servidores do Estado, sem dúvida, estão mais aliviados. Não dá para negar que a parceria entre o governo de Minas e a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) foi um grande avanço. Passo importante que vai garantir o 13º dos trabalhadores de diversos segmentos em Minas, que neste ano receberam em parcelas a perder de vista. Harmonia fundamental para que um país, um estado ou município se desenvolva e dê à população o mínimo que ela espera e merece. Não é segredo para ninguém que em locais onde os poderes não caminham juntos, a coisa desanda e a população é que sempre acaba pagado o pato. Divinópolis é um exemplo de que a falta de uma parceria sólida entre os dois poderes levou a cidade a atingir patamares nunca imaginados por muita gente. Quer dizer, talvez nem muita, pois poucos acompanham e cobram dos representantes seus deveres e, talvez, metas. Na verdade, seria mais obrigação. Afinal, o político é muito bem pago pelo povo para representá-lo e o melhor: recebe rigorosamente em dia. Isso em termos salariais, porque se somado às benesses do poder, as vantagens são exorbitantes. Mas, há muito, o dever e o respeito para com o cidadão deixaram de ser prioridade para boa parte da classe política. Primeiro: o eleitor não está nem aí. Então, a partir do momento em que “não sou cobrado ou vigiado, faço o que me der na telha”. Segundo: o ego é gigantesco. Tudo soa em primeira pessoa. Eu faço, eu aconteço, a verba é minha, a obra tem minha participação etc. Aliás, o vereador Adair Otaviano (MDB) é o único político que conheço que fala em terceira pessoa. Em seus discursos, ele diz sempre o vereador Adair... nunca “EU”. Terceiro e o mais usado de todos: jogar para a plateia, principalmente se o Plenário estiver cheio. Não importa o assunto, nem se anteriormente era contra ou mesmo se voltará atrás depois. Se der ibope, é o que importa. Porém, infelizmente, pouquíssimas pessoas são capazes de perceber que tudo não passa de um teatro, e olha que sem muita qualidade. E mais triste ainda é constatar que esta encenação, estas manipulações e este arranjo enganoso de bastidores ocorrem desde que “o mundo é mundo”.  Quem já teve oportunidade de ler ou assistir algo sobre o Império Romano sabe muito bem disso. Só mudam os personagens e a forma de matar (naquela época, usava-se espadas e veneno), mas o restante continua do mesmo jeito, com alguns agravantes. Perseguições injustas, olho para o próprio umbigo, tirar vantagens das situações e, principalmente, massacrar os menos favorecidos. A maldade é do homem, porém, felizmente, alguns não de deixam corromper e conseguem andar pela estrada estreita. A maioria vai pela larga e que se dane o resto. Triste, desumano, mas real. Só se esquecem de uma coisa. Um dia, terão que prestar contas. E a vida costuma cobrar tão caro que, caso não haja um milagre no meio do caminho, ninguém, absolutamente ninguém, dá conta de pagar. Ah! Voltando ao 13º, os servidores municipais esperam que o Executivo e o Legislativo sigam o exemplo do Estado.

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