A todo vapor

Preto no Branco 

Projeto de autoria da Prefeitura, tirado da pauta da reunião extraordinária na Câmara ontem, deu o que falar nos últimos dias na cidade. Trata da suspensão do recolhimento das contribuições previdenciárias. O que significa? Suspender os pagamentos de parcelas, atrasadas e dívidas a vencer com a previdência dos servidores públicos municipais. A alegação é o impacto causado pela pandemia do coroanvírus. Compreensível, claro, visto que não está fácil para nenhum gestor. Para os prefeitos, então, nem se fala. Porém, especificamente em Divinópolis, apesar de tamanha dificuldade, um fato chama atenção. A Administração não para de nomear. O nome mais recente a aparecer em decreto é de Walyssom Juliano dos Santos Silva, no cargo de subcoordenadoria de Unidades de Formação Esportiva, na Secretaria Municipal de Esporte de Juventude (Semej). Há de se convir que, mesmo sendo necessário, este não é o momento.

Prática recorrente

Os parcelamentos têm se tornado comuns e frequentes por parte de gestores municipais sob sempre a mesma alegação: falta de recursos. No entanto, há quem diga que esta manobra é uma forma de mostrar a incapacidade na gestão das dívidas públicas. O mais agravante é que os juros pagos nestes parcelamentos, com dinheiro público, são bem acima dos de mercado. Além disso, a previdência dos servidores não tem qualquer culpa nesta prática. E quem paga a conta? Quem luta a cada dia para pelo menos comer. Não custa lembrar que o Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Divinópolis (Diviprev) segue nos últimos meses “a trancos e barrancos”. Teve superintendente afastada, é alvo de investigação do Ministério Público (MP) e ainda não sabe se conseguirá se reerguer. Dificilmente aguenta se levar outra pancada.

Sobra para o sucessor 

O temor maior, principalmente de quem pretende disputar a Prefeitura, é que a conta vai sobrar para o eleito. E os pré-candidatos não deixam de ter razão. Afinal, a responsabilidade é do atual gestor. Como sempre o prefeito que assume geralmente herda dívidas enormes, mais uma, que certamente pesará e muito, impedindo-o que faça uma boa administração. Neste sentido, a culpa cairá não somente nas costas do idealizador do projeto, ou seja, o Executivo, mas dos vereadores responsáveis por sua aprovação. Ainda bem que ele nem foi apreciado ontem. 

Perigo constante 

O assassinato de um pai na frente do filho adolescente, o qual também ficou ferido, em Divinópolis no fim de semana, só confirma a ameaça real de armas nas mãos de pessoas erradas. As ocorrências envolvendo armas de fogo e assassinatos colocam o Brasil em uma posição vergonhosa no mundo. É um dos três países que mais matam por uso de armas de fogo. Isso porque nem todos ainda se beneficiaram de decreto federal e andam por aí armados. Sem contar que criminosos se fazem valer desta liberdade para cada vez mais espalhar violência e muitas vezes acaba com a vida de pessoas inocentes. Desde quando se acaba com a criminalidade praticando outros crimes? Um erro jamais vai justificar o outro. E segurança é direito de todos, garantido por lei. E não venha usar a democracia em situações sem nenhum cabimento. Aliás, dizer que o Brasil é um país democrático, só se for para poucos!

Não deu certo

As críticas sobre a proposta de criar uma lei de combate às notícias falsas é um exemplo. Chamar a proposta de tentativa de limitar a liberdade de expressão, sob alegação de ser essencial para democracia, é uma aberração. Não dá para confundir informação verdadeira e transparente com invenções levadas ao público com a intenção de confundi-lo sob o risco de gerar um tumulto generalizado no país. As pessoas precisam ter responsabilidade, assumir os seus erros em prol de uma nação melhor e do bem do seu povo. Ou, então, logo chegaremos a conclusão definitiva de que o Brasil é uma mistura que não deu certo.

 

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