A polarização política - Euler Antônio Vespúci

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já manifestou a intenção de concorrer à reeleição em 2022. Além dele, pela extrema direita e com retórica política similar, são cogitados outros candidatos, como Sérgio Moro, ministro da Justiça, João Doria (PSDB), governador de São Paulo, e Wilson Witzel (PSC), governador do Rio de Janeiro.

As últimas eleições presidenciais, de 2018, vencidas por Bolsonaro, foram caracterizadas pela polarização entre a extrema direita e a esquerda, representada pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

É essa polarização que Bolsonaro pretende repetir, para captar a atenção, os votos do eleitorado e vencer todos, inclusive os candidatos de extrema direita, como já fez em 2018, e entende que a polarização deixará, em um pleito, os demais candidatos de direita em segundo plano e agrupará a forças políticas anti-PT. Assim, essa polarização com a esquerda é mais benéfica do que para qualquer outro candidato da própria direita.

Atualmente, Sérgio Moro detém maior popularidade do que Bolsonaro. Ele e Wilson Witzel são ex-juízes federais e têm visibilidade na retórica e bandeira popular de combate à criminalidade e violência. Por sua vez, João Dória, empresário, tem uma boa aceitação no seu meio empresarial.

Bolsonaro prefere a esquerda, para a qual já tem os jargões prontos e pequenas frases pré-formatadas. Nesse quadro, ele ensaia a imputação das medidas econômicas liberais e impopulares para o ministro da Economia, Paulo Guedes, como já fez na apresentação do pacote de medidas em 6 de novembro, quando foi divulgado Bolsonaro ter vetado a proposta de desindexação dos benefícios previdenciários. É o início de um discurso e da apresentação de medidas sociais para reforçar a retórica discursiva para um público refratário ao seu nome, o das classes populares.

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