A física e o envelhecimento humano
Vanir Alves de Andrade- A física e o envelhecimento humano
A segunda lei da termodinâmica, ou lei da entropia, enuncia que:
"Todo sistema natural, quando deixado livre, evolui para um estado de máxima desordem, o que corresponde a uma entropia máxima".
(Entropia é uma grandeza física que consiste na medida do grau de desordem de um sistema e está relacionada com a indisponibilidade de energia para a realização de trabalho.)
Como fazemos parte da natureza, essa lei também age em nós.
Assim, somos biologicamente programados para envelhecer; somos projetados para, a cada instante, apresentarmos um incremento de entropia ou, em outras palavras, somos concebidos para dispormos, no decorrer do tempo, de uma quantidade de energia cada vez menor para suprir a necessidade das atividades celulares do nosso sistema biológico. Por conta disso, inevitavelmente, a entropia aumenta e sistemas biológicos organizados como o nosso se desorganizam e perdem a capacidade de renovação de suas células.
As atividades realizadas por uma célula é, grosso modo, semelhante ao que acontece em uma fábrica que, resumidamente, consiste no seguinte fluxo:
através dos portões dá-se a entrada das matérias primas para a manufatura. Após a fabricação, os produtos são enviados para o setor de embalagem, onde são protegidos, e a seguir transferidos para a seção de expedição, para a entrega aos clientes.
Evidentemente que todo o trabalho da fábrica necessita de energia para a sua realização.
Analogamente, o funcionamento do nosso organismo depende das atividades realizadas por nossas células que utilizam a energia cedida por suas “usinas”.
Com o transcorrer do tempo, diminui a capacidade das “usinas” em oferecerem energia às células, a entropia aumenta, surgindo, então, uma desordem no nosso complexo sistema biológico e falhas nos processos de renovação celular.
Essas falhas tendem a causar a morte das células e a perda da sua capacidade regenerativa. É por esse motivo que envelhecemos e morremos. É um processo natural. Não nos aflijamos. Brindemos à vida!