A conta chegou

Preto no Branco 

Divinópolis está na onda amarela, regressão que está valendo desde ontem, conforme decreto publicado pela Prefeitura. Mudança já prevista, principalmente, devido ao comportamento irresponsável de muitas pessoas, a maioria o público jovem ‒ faixa etária mais contaminada agora, e que também levou para casa o vírus e contaminou muita gente idosa e com comorbidades. Inconsequentes que, pelo fato da cidade e região estarem na onda verde, acharam que estavam imunes. O resultado tem sido a contágio em massa e os leitos de hospitais lotados. No entanto, não parou por aí. A economia foi afetada em cheio, visto que alguns segmentos, depois de meses parados, voltaram à ativa, mas terão que parar novamente. Por consequência, paga a conta não somente quem infringiu as regras, mas todo mundo. Mais uma vez, os justos pagando pelos pecadores. 

Pode chegar 

Desde ontem também o  consumo de bebidas alcoólicas em bares, restaurantes e feiras de Belo Horizonte e outros municípios mineiros está proibido. A medida foi tomada para conter o avanço do novo coronavírus nas cidades. Os decretos foram baseados no aumento de casos notificados e de internações hospitalares. Divinópolis não foge a essa realidade e, caso a falta de colaboração continue, essa restrição pode chegar por aqui também. E o resultado pode ser catastrófico para os donos destes estabelecimentos que nem começaram ainda a se restabelecer do prejuízo sofrido no tempo em que estiveram de portas fechadas. Não há autoridades que deem conta de conter baderneiros que só miram seu próprio umbigo. 

Não falta 

Vale ressaltar que a conduta inadequada por toda a cidade ocorre não por falta de atuação do Município. Na medida de suas limitações, desde o início da pandemia, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) vem agindo na fiscalização de atividades e comportamentos incompatíveis com as ações de combate à covid 19. Desde março, ações são executadas para impedir práticas inadequadas em estabelecimentos comerciais, empresas e nas ruas. Mas, naquela onda de “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”, poucos se inserem na regra, infelizmente. 

Aonde chega 

A falta de empatia e consideração ao próximo neste momento tão delicado chegam ao extremo. O mal exemplo vem de uma família inteira de Divinópolis. Toda contaminada com o vírus, escondeu até dos parentes que estava com a covid. Mesmo assim, um deles participou de reunião de uma empresa, o que terminou com pelo menos 15 funcionários infectados. Um participante infectou toda a família em um almoço. Ao todo, são aproximadamente 40 familiares presos em casa e com suspeita de contaminação. E os outros? Para onde levaram o vírus? Quantas pessoas vão aparecer contaminadas nesta irresponsabilidade coletiva? Isso os próximos dias dirão, porém, as consequências, incluindo talvez até mortes, podem durar a vida inteira. 

Breve alívio 

Pelo menos neste fim de semana, os moradores da região central de Divinópolis tiveram um pouco de paz para dormir. Uma atuação conjunta entre a Polícia Militar (PM), Comissariado de Menores, Vigilância em Saúde, Secretaria Municipal de Trânsito (Settrans) e Associação dos Bares e Restaurantes (Abrasel) espantou os baderneiros do local, onde, na semana passada, houve aglomeração sem proteção, perturbação do sossego, embriaguez e briga generalizada. Claro que parte dessas pessoas deve ter migrado para outros lugares, mas, por enquanto, porque a ação não terminou e vasculhará toda a cidade. Enquanto isso, quem mora nos quarteirões invadidos pela bagunça respira aliviado e a força-tarefa planeja  novos combates a tumultos e festas clandestinas. A estas pessoas, o aviso de que, por causa delas, as comemorações de fim de ano ficaram comprometidas. Ou seja, vai terminar pior do que o esperado. Resta agora torcer para que 2021 comece bem diferente de como vai terminar 2020.

 

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