A árvore genealógica do mineiro

Leila Rodrigues - A árvore genealógica do mineiro

Entrei na cidade já era tardezinha. Tinha uns poucos carros na praça e algumas pessoas sentadas de fora das casas, praticando o nobre ato de prosear. 

Perguntei onde morava o César, meu colega de faculdade que eu sabia que morava ali, mas não tinha a menor ideia de onde. 

O primeiro que eu perguntei coçou a cabeça e chamou o outro. 

— Olégario, a moça tá procurando o César. Ocê acha que deve ser o César do Justino da Leínha do Totonho Leiteiro? 

— Sei não. Pode ser também o Cezinha do Zé Juca da Rosa do Abreu 

— É! Pode! Mas o Cezinha do Zé Juca da Rosa do Abreu não mora aqui faz muitos anos. 

— Então deve ser o César do Justino da Leínha do Totonho Leiteiro. Moço, o senhor vai descer três quarteirões, vai virar à esquerda e aí vai reto toda vida até enxergar uma capela, depois da capela é uma casa grande amarela. É lá que mora o César do Justino da Leínha do Totonho Leiteiro. 

Eu fiquei olhando aqueles dois e pensei, um GPS que te fala a árvore genealógica da pessoa que você está procurando! Em Minas tem! 

Chamem o Google, a Nasa, a Microsoft… Porque o mineiro tem realmente que ser estudado. 

E não é que eu cheguei “direitinho” na casa do César?! E ainda conheci Justino e Leínha. Totonho já havia falecido, mas ainda constava na árvore genealógica da família.

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