A Agefil nas eleições

Raimundo Bechelaine

Algumas cidades polarizam nossa região. Sem a pretensão de sermos exatos e completos, podemos citar Divinópolis, Formiga, Nova Serrana, Itaúna e Pará de Minas. Porém, entre todas, Divinópolis destaca-se. É a primeira entre as primeiras. Pelo menos e por enquanto, em população, volume e diversificação da economia, oferta de serviços, entre outros itens. 

Incluímos acima o "por enquanto", porque Nova Serrana vem aí, aproximando-se sempre mais; seu índice de crescimento populacional já é o maior da região. Sua economia cresce. O setor de serviços diversifica-se. Embora lhe falte a ferrovia, a localização à margem de uma das mais importantes rodovias do país é um fator favorável.

Desde o período das pré-candidaturas, as eleições municipais agitam todas as cidades, as maiores e as menores. Tenham muitos candidatos ou poucos. As câmaras de vereadores exigem naturalmente muitos candidatos. O executivo, pelo menos um, como acontece agora em Carmo do Cajuru. Aliás, a lei certamente prevê até a hipótese não haver nenhum candidato, o que só dificilmente ocorrerá.

Divinópolis encontra-se em situação difícil. Infelizmente, tem havido uma longa sucessão de administrações ineptas. Em algumas, inclusive, não faltaram indícios de corrupção, lamentavelmente impune. Um eleitorado fragmentado, desinteressado, possuidor de baixo nível de informação e consciência política é parte do problema. Tudo isso e mais alguns fatores têm levado a um acúmulo de questões e carências não resolvidas. Pode-se dizer, sem medo de errar, que a situação desta cidade que se proclama "princesa do Oeste" é preocupante.

A filosofia sempre tomou a política como objeto das suas reflexões. O  próprio Aristóteles e ainda Platão e Sócrates, Sto. Agostinho e São Tomás, Nicolau Maquiavel, Hegel, Karl Marx e Frederico Ozanam, Sartre, Maritain e Mounier, Ana Arendt, Simone de Beauvoir, Rosa Luxemburgo, Alceu Amoroso Lima, Álvaro Vieira Pinto e Paulo Freire e, afinal, todos ou quase todos os filósofos e filósofas ocuparam-se em passar o tema da política pelo crivo da reflexão rigorosa da filosofia.

Dentro desta tradição, uma entidade filosófica divinopolitana ‒ a Agefil ‒ se faz presente neste momento eleitoral. Recebeu, nas suas reuniões virtuais deste período de pandemia, o professor doutor Eduardo Sérgio, diretor da UFSJ em Divinópolis, então pré-candidato (depois não confirmado) a prefeito pelo PT. Já ouviu uma candidata à Câmara Municipal. Terça-feira passada, recebeu Fabiano Tolentino e sua esposa Sara. Outros estão convidados. 

Como sempre, a filosofia está atenta. Aristóteles já definia: "o homem é um animal político". Nós, mineiros do Oeste, mais ainda. 

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