2020

Adriana Ferreira 

Janeiro foi um mês atípico, os dias se arrastavam e, quando olhávamos no calendário, mal havia passado uma semana. E o mês foi se arrastando, arrastando e, com muito custo, finalmente terminou. Fevereiro chegou e, quando pensávamos que ainda estava na primeira semana, chegou o Carnaval e acabou o mês.  Março nos encontrou com uma realidade nunca antes vista e era só uma amostra do terror que estava tomando o mundo.

Abril não deveria ser nem considerado e maio nem parece o mês das mães e das noivas. Olhando para trás, vemos que perdemos tempo demais fazendo piadinhas com janeiro e não prestamos a devida atenção no que estava por vir. Parecia tão distante,  e mais: “Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza (mas que beleza). Em fevereiro (em fevereiro), Tem carnaval (tem carnaval)”. E, ainda, um país que já tem dengue, chikungunya, zika vírus, malária, fome, corrupção, violência, pessoas em situação de miséria, cracolândias, alta taxa de homicídios e latrocínios, não precisava de mais nada. Ledo engano: já são mais de 18 mil mortes, mais de 270 mil casos confirmados e uma média de 1150 mortos por dia por coronavírus. E ninguém sabe quando isso terá fim. 

Lá fora

Sair de casa após ficar de quarentena não é tarefa fácil! A gente sai de casa transbordando tristeza e medo, mas quando chega nas principais ruas da cidade e vê o comércio timidamente abrindo as portas, as pessoas recomeçando o hábito de olhar preços, assuntar, comprar,  a tristeza e o medo dão lugar à esperança de que tudo isso vai passar. É preciso continuar acreditando que dias melhores virão, embora não saibamos onde isso vai parar. 

Triste

Há umas fotos sendo compartilhadas nas redes sociais de roupas e acessórios cheios de mofo, com a legenda: “Assim ficam roupas e calçados após 30 dias sem o ar-condicionado ligado”. Embora não seja cliente de lojas de shopping, não tem como não lamentar. Claro que o pesar não é pelas mercadorias em si, porque tudo ali ou maioria pode ser feito novamente, mas isso são outros 500. O pesar é por todas as perdas representadas naquelas peças com mofo.

R$ 200

De R$ 50 a R$ 200 é o preço cobrado por alguns para cadastrar o auxílio emergencial, principalmente de pessoas usuárias de drogas, em situação de rua.  Esses ficam felizes e dizem que ainda saem no lucro. Trágico!

Treta

Tem empresa que está informando ao governo que está com o trabalhador em casa e requerendo auxílio emergencial, mas, na verdade, a pessoa está trabalhando. Aos empregados que estão recebendo tal proposta indecorosa, denunciem! E, se estão concordando, estão praticando crime também. Faça a escolha de atitude!

Delegacia Regional de Polícia Civil 

Nesta semana em que se discute a questão da pedofilia não poderia deixar de registrar o brilhante trabalho desenvolvido pelo delegado regional, Leonardo Pio, e a delegada de Menores, Mulher e Idoso, Maria Gorete Rios. Eles e suas respectivas equipes são admiráveis. Mesmo com parcos recursos, têm desenvolvido um trabalho ímpar. A humanização no trato com as vítimas de abuso é deveras tocante. Além de incansáveis na investigação, trabalham de forma a resgatar a vítima e fazer com que voltem ou passem a ver a vida com fé e esperança de que o pesadelo tem fim e que dias melhores estão cada vez mais próximos.  O trabalho para resgatar a dignidade da vítima é surpreendente.  Aplausos!

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