2020: ano decisivo para o hospital regional

 

Matheus Augusto

O ano termina com uma expectativa para 2020: o término das obras do Hospital Regional Divino Espírito Santo, em Divinópolis. A situação se arrasta há três anos, quando, em 2016, as intervenções no local foram paralisadas após a interrupção dos repasses estaduais em razão da crise econômica. No entanto, o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Ampliada Oeste para Gerenciamento dos Serviços de Urgência e Emergência (Cis-Urg) desenha um acordo com o Estado para dar início ao funcionamento da unidade hospitalar. A expectativa é que o governo se pronuncie em breve sobre o modelo de gestão a ser adotado para a inauguração do espaço.

As obras do Hospital Regional tiveram início em 2010. A década termina, a obra não.

Negociações

O Cis-Urg, responsável pela administração do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na região, é formado por 54 municípios, e conversa, desde 2017, com o Governo do Estado para retomar e concluir as obras do Hospital Regional. No entanto, com as constantes alegações da falta dos recursos necessários, nenhuma perspectiva concreta foi firmada.

Após a posse de Romeu Zema (Novo) e a publicação de um edital para receber estudos viáveis ao Executivo para a conclusão dos hospitais regionais no estado, o Cis-Urg retomou as conversas. O objetivo é formalizar um acordo que possibilite a inauguração e funcionamento do espaço.

Segundo o levantamento da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o Hospital Regional em Divinópolis está com 61% das obras concluídas, e é a terceira construção mais avançada em relação aos 11 projetos. A estimativa da pasta é que, até o momento, R$ 63 milhões foram investidos na intervenção.

Importância

Conforme ressaltou o secretário executivo do consórcio, José Márcio Zanardi, no dia 4 deste mês, a conclusão do hospital é fundamental para melhorar o atendimento na Saúde em toda a região.

— O Hospital Regional é uma luta de toda a população da região. Terminar essa obra tem uma importância muito grande para a assistência hospitalar no Centro-Oeste, uma vez que os leitos que nós temos na região não são suficientes, assim como as clínicas, para a integralidade da assistência no território. O Cis-Urg, através dos 54 municípios, se habilitou ao processo junto ao governo do Estado para que pudesse apresentar propostas desde o término da construção até a administração e custeio desse Hospital Regional. Então nós temos feito isso, cumprindo o passo a passo que está dentro das regras do edital — declarou Zanardi.

O secretário executivo ainda explicou que a Prefeitura já disponibilizou a cessão do patrimônio do hospital para o Cis-Urg. Além disso, ele explicou que o consórcio analisa recursos de financiamento do hospital, como a habilitação de programas do governo.

— Estamos discutindo com a Superintendência Regional de Saúde [SRS], o colegiado de secretários municipais de saúde, sobre o perfil desse hospital. Estamos trabalhando junto com a UFSJ para fazer um levantamento de toda a assistência hospital da região, bem como suas habilitações e a forma de financiamento, seja através de recursos federais, estadual e dos municípios, para verificarmos a possibilidade de custeio dos recursos SUS dentro do Hospital Regional — explicou.

Conforme ressaltou José Márcio, a intenção é buscar uma alternativa que atenda às possibilidades do Cis-Urg e do Estado.

— Claro que, mesmo o Cis-Urg apresentando qualquer tipo de proposta de administração do Hospital Regional bem como o término de sua obra, não isenta os responsáveis pela política da assistência hospitalar, que é o governo federal e do Estado, com suas respectivas participações naquilo que lhes compete dentro do financiamento público do Sistema Único de Saúde — explicou.

O representante do consórcio contou na reunião que o governo ainda não discutiu valores, mas que pode, eventualmente, contribuir financeiramente para o término das obras.

 

 

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