“Trilhos da minha terra” resgata Clube da Esquina

Poemas de Adélia Prado traçam o fio condutor do espetáculo

 

Jorge Guimarães  

No início dos anos 60, em Belo Horizonte, jovens músicos começam a se encontrar na cena musical da capital mineira. Eles produziam um som que fundia as inovações trazidas pela Bossa Nova a elementos do jazz, do rock’n’roll, principalmente The Beatles, de música folclórica dos negros mineiros e alguns recursos de música erudita e música hispânica. 

Nos anos 70, esses artistas tornaram-se referência de qualidade na MPB pelo alto nível de performance e disseminaram suas inovações e influência a diversos cantos do país e do mundo.  

Inicialmente representado por Milton Nascimento, Wagner Tiso, Fernando Brant, Márcio Borges, Nivaldo Ornelas, Toninho Horta e Paulo Braga, a turma mineira foi agregando uma constelação de instrumentistas e compositores, como Lô Borges, Beto Guedes, Flávio Venturini e tantos outros. Ainda que juntos tenham apresentado uma nova perspectiva musical, o Clube da Esquina não foi visto pela mídia e pelos estudiosos como um movimento. Mas, sem sobra de dúvida, se constituiu apropriando-se de um alicerce oferecido por diversos movimentos musicais e culturais pregresso.  

Trilhos  

Para tanto no próximo dia 22 de julho o Projeto Plano Piloto retorna ao palco do Teatro Gravatá com o espetáculo “Trilhos da minha terra”.   

Na ocasião, serão apresentadas canções de compositores mineiros, entre os quais, Milton Nascimento, Fernando Brant, Lô Borges, Beto Guedes, Flávio Venturini e Toninho Horta. Poemas de Adélia Prado traçam o fio condutor do espetáculo. 

— Proporcionar aos alunos o mergulho na cultura mineira, a descoberta do Clube da Esquina, das canções, da importante obra de Adélia Prado, o contato com a “verdadeira” cultura da nossa terra faz-se muito necessário. Quando vi o aluno Rafael Aguiar tocando e cantando “Manuel, o audaz” de Toninho Horta, confesso que fiquei emocionado, pois trata-se de uma canção “lado B” do movimento do Clube da Esquina, apesar de letra tão emblemática — afirma o professor Eduardo Maia. 

Objetivo  

O Projeto Plano Piloto tem como primeiro objetivo aproximar alunos que cantam ou tocam instrumentos e proporcionar-lhes "experiência de banda".  

— Outras demandas foram surgindo, e ficou nítida a necessidade, que logo tornou-se objetivo do projeto, que é a "formação de público" para se ouvir/tocar boa música. E com o amadurecimento das ideias, firmou-se também, como uma das expectativas do Projeto a "formação de multiplicadores", que num futuro bem próximo levarão o Projeto a outros alunos, a outras escolas — define Eduardo Maia.  

Alunos

O músico e violeiro Gustavo Manuel afirma que  participar do projeto é um prazer muito grande e diz esperar um show muito bom e empolgante. 

 — Todos nós gostamos do que fazemos e nos esforçamos para proporcionar a todos, músicas de qualidade — afirma. 

— A ação traz uma oportunidade inexplicável de nos apresentarmos para as pessoas e levarmos a nossa música — fala o músico do projeto, Rafael Aguiar. 

Segundo ele, o próximo show tocará músicas de compositores, cantores e intérpretes de Minas, de uma  terra de tantos talentos. 

— O Plano Piloto nos dá a oportunidade de mostrar o nosso talento. O espetáculo está lindo, repleto de música boa. Trilhos da Nossa Terra vai emocionar quem for ao Gravatá — diz a cantora Maria Cláudia. 

Serviço 

Os ingressos estão sendo vendidos na Boutique do Livro, na Casa Arte e Cultura, na Escola de Música e na Eletro Musical. 

 

 

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