‘Traz o de sempre’

Se você é cliente assíduo de algum bar e/ou restaurante, e se os garçons ou os donos do estabelecimento te conhecem bem, com certeza você chega ao local e diz “traz o de sempre”. Isso pode ser tanto para bebida quanto para o seu prato predileto. Assim como um cliente assíduo é o eleitor, afinal, a cada dois anos ele é “servido” pelos mesmos “garçons”. Bom, todos já estavam cansados de saber que 2020 não seria fácil, pois é ano eleitoral, de renovar (ou não) os representantes do povo, nas prefeituras e também nas câmaras municipais. E, consequentemente, ano de “caça ao pobre”, pois é dali, das favelas, das periferias, da classe C e D que sai o maior número de votos. No Brasil, o pobre está em maior número e a explicação é simples: para os governantes, quanto mais ignorante, quanto menos recurso a população tem, maior a chance de eles se manterem no poder, afinal, a falta de recursos é a peça chave em marketing político e a amarra eterna entre político e eleitor.

Investir em educação para quê? Globalizar o acesso ao ensino superior para quê? O pensamento é mais ou menos este: “vamos dar armas para nos matar?”. Infelizmente, a política funciona assim no Brasil e, ao que tudo indica, continuará funcionando por muitos e muitos anos. É o famoso “traz o de sempre”. Mas, indo direto ao ponto, sem mais rodeios, o ano eleitoral mal chegou, e a política divinopolitana já está “quente”. Rumores de bastidores ao conta de que a cidade terá no mínimo, sete candidatos à Prefeitura. Sim, sete chapas. E isso nem é o pior de tudo. De acordo com algumas fontes, um suposto candidato ao Executivo Municipal está tentando a todo custo ter o melhor resultado, nem que para isso tenha que manipular de forma descarada o eleitor.

O provável candidato ao cargo maior na cidade estaria rodando alguns bairros periféricos de Divinópolis, com uma pesquisa que traz a seguinte pergunta: “Existe a possibilidade de X não sair candidato a prefeito, porque ele pode ajudar muito mais a cidade em um cargo político maior. Você votaria em uma chapa apoiada por ele?”. Logo em seguida, a outra pergunta: “Em uma chapa de X (irmão do fulano) e o Y, como prefeito e vice, quem vocês preferem que seja o candidato a prefeito?”. O que mais chama a atenção nesta situação não são os locais (estratégicos), nem mesmo as armas, mas, sim, o fato de o suposto candidato gritar aos quatro cantos do mundo que é contra a política “antiga”. E aí vem a pergunta: lançar filho na política é “política velha”, mas lançar irmão é o que? Pois é, e ao que tudo indica, o “ganhador” da Prefeitura vai ser o que for apoiado por este suposto concorrente, caso ele não lance a sua candidatura.

É bem provável que chegaremos a agosto, quando as candidaturas começam, gritando “traz o de sempre”: ilusão, promessas falsas, discursos vazios, indignações hipócritas e muitos mais. Afinal, fomos treinados para ter migalhas e ficarmos extremamente felizes com isso. Não aprendemos a exigir, a cobrar e, principalmente, a não nos deixarmos levar pelo primeiro que fala aquilo que gostaríamos de ouvir. Então, pelo jeito será mais uma vez “traz o de sempre”.

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