‘Mais que palavras’

Israel Leocádio da Silva

Olá! Você já reparou na vida? Já meditou sobre o cotidiano? Se já fez isso, então deve ter observado que a vida é feita de bons e maus momentos. Nos maus momentos, é perceptível a carência humana em encontrar palavras que expliquem. Quando as encontra, fica a sensação de que era preciso algo mais que palavras. Pois é exatamente esta a sensação que tenho também! Por esta razão, quero fazer um convite a você.

 Quero sugerir que gaste um pouco só do seu tempo em um exercício mental. Convido-o a imaginar. Isso mesmo, por um pouco de tempo, apenas imaginar. O simples ato de imaginar pode ser um primeiro passo para realizações e mudanças transformadoras. Como diz a canção Imagine, de John Lennon, numa de suas estrofes: It's easy if you try (É fácil se você tentar). Então, imagine e permita que algo possa mudar em você. Considerando também as palavras do apóstolo Paulo: “transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Romanos 12.2). Então, imagine!

Gostaria que pensasse em um homem portador de uma séria deficiência física. Ele não consegue andar. Na realidade, ele depende de pessoas para as tarefas mais simples do dia a dia. Diferentemente de um homem saudável, ele não é livre, mas, totalmente dependente de pessoas que se importem com sua miserável condição. Ao pensar neste homem, peço que imagine que ele vive em uma vila carente de recursos na área da saúde e tecnologia. Na realidade, ele vive em uma cidadela tão pequena que podemos classificá-la como vila, ao invés de cidade. Ali não há posto de saúde, nem médicos especializados em seu caso, nem medicamentos eficientes para diminuir sua dor física. Somado a tudo isso, acredite, esse homem não dispõe de recursos financeiros.

Ainda neste exercício de imaginar, pensemos que essa vila (pobre e sem investimentos públicos básicos e necessários à comunidade local) está em uma posição privilegiada para alguns fatores econômicos da região. Então, não é incomum que pessoas importantes, vez ou outra, passem por ali.

Naquela localidade, importante para o comércio regional, mas, desprezada pelo poder público, se destaca a religiosidade dos moradores locais. Eles se reúnem religiosamente para orações e ensinamentos. Muitas vezes, aparecem por ali grandes mestres de sua religião, com discursos rebuscados e doutrinamentos elaborados, fruto da intelectualidade extraordinária daqueles sábios.

Agora, imagine que esse homem doente, carente e emocionalmente enfraquecido, por anos e anos de desamparo social e falta de sorte por nascer deficiente e em um lugar tão despreparado para ajudá-lo, receba a notícia de que um homem muito especial, diferente de todos os outros que já pisaram na pobre vila, ou já falaram no parlatório de seu salão religioso, está presente ali. E, imagine que uma nova notícia o anima, depois de anos de dor e angústia: aquele homem pode me ajudar (pensa o miserável).

Então, aquele homem encontra um resquício, uma fagulha de esperança, e, por um grupo de amigos, é conduzido à presença do renomado orador religioso. Ao enfrentar a multidão de necessitados como ele, finalmente chega diante da última esperança para mudar sua vida.

Está me acompanhando? Ok!

Logo ao chegar diante do famoso desconhecido, aquele homem ouve palavras especiais. Então, o homem conclui que o grande sábio não era famoso por acaso. Mas, pensa ter perdido seu tempo, pois que se tratava de mais um sábio filósofo. Em certo momento de seu discurso carregado de sabedoria, o mestre olha para ele.

Pense comigo: O que aquele homem desejava? Ouvir palavras sábias? Adquirir conhecimento e filosofia religiosa? Não! Aquele homem esperava mais que palavras. Ele desejava a cura.

Esta não é uma ilustração imaginária, meramente ilustrativa. Na realidade, tudo que disse e você imaginou ocorreu de fato em um lugar chamado Cafarnaum. Uma pequena vila de pescadores às margens do rio Jordão, em Israel.

O sábio dessa história é Jesus. A conclusão do relato é que aquele homem encontrou mais que palavras e conselhos de sabedoria em Jesus. E foi curado. Esta história está nos Evangelhos (Mateus 9.1-8; Marcos 2.1-12 e Lucas 5.17-26).

Ao relatar essa história para você, hoje, desejo fazer um anúncio e um convite. O anúncio é que aquele mesmo sábio que tem mais do que palavras ainda vive. O convite é que você tire um pequeno tempo, a cada dia, para ler esta coluna que será publicada semanalmente neste jornal.

Acredito que descobriremos que a Bíblia traz mais do que palavras. Mais que registros históricos, com personagens que marcaram a história de um povo antigo. Mais que filosofia judaica ou rabínica; mais que positivismo ou discursos motivacionais.

Nesta coluna, intitulada ‘Mais que palavras’, teremos um encontro semanal para refletir sobre princípios e valores que poderão transformar nossa maneira de pensar. Teremos a oportunidade de desvendar o desejo revelado de Deus para transformar homens como eu e você, que desejam descobrir o caminho da mudança de vida. Aqui falaremos não de religião, já definida como ‘ópio do povo’, mas de princípios munificentes.

Você é meu convidado a experimentar uma metanoia (mudança da mente) pessoal. É meu convidado a explorar a imaginação e desvendar segredos especiais e transformadores.

Até a próxima!

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