Última morte causada por dengue em Divinópolis foi há dois anos

 Rafael Camargos
O resultado do último Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), divulgado na tarde de terça-feira, 9, pela Vigilância Sanitária, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) chamou novamente a atenção para os casos de dengue, zika e até chikungunya em Divinópolis. O alto índice de infestação na cidade, que agora é de 6,5%, pode vir a se tornar um problema, caso ocorra uma epidemia. A última morte por uma doença transmitida pelo aedes ocorreu em 2016, segundo a própria secretaria.

Entretanto, por mais que a Prefeitura tenha feito o trabalho e os agentes visitado 4.892 lares, o principal responsável por este resultado catastrófico é o divinopolitano. Com as larvas e mosquitos em 94% dos lares, o mosquito se torna forte, e o combate as doenças transmitidas por ele fica mais difícil.

Comum no período das chuvas, por conta da alta umidade relativa do ar, o mosquito se reproduz facilmente em pequenas poças, garrafas e vasilhas. Dados da Vigilância em Saúde mostram que, 39,6% dos focos estão em recipientes passiveis de remoção, como baldes, garrafas, latas, recipientes de plásticos e pneus. Outros 29,3% dos focos foram encontrados em depósitos móveis como: pratos e vasos de plantas; pingadeiras e bebedouros de animais e plantas aquáticas.

Ainda segundo os números, 17% estavam em depósitos fixos, que são os ralos, caixas de passagem, sanitários que não são utilizados e fontes ornamentais. 12,5% estão em caixas d’água, tanques, poços, tambores e manilhas. Apenas 1,6% dos focos estavam em depósitos naturais.

 Causa 

De acordo com o fiscal de saúde, Erson Ribeiro, é nessa época do ano que o mosquito toma as casas e a proliferação se espalha com maior facilidade. As chuvas e a umidade relativa do ar contribuem para o aumento nos casos. No ano passado, a Semusa notificou 200 pessoas em Divinópolis. Destas, 66 deram positivo para dengue. Outros 25 ainda estão em laboratório esperando o resultado.

Erson explica que os agentes encontram dificuldades para entrar nas casas e que a população tem que entender o contexto do trabalho e da situação apresentada na cidade.

— Muitas vezes, a população não colabora com os agentes de saúde. É comum a pessoa está em casa no momento em que o agente passa, mas não atende. Por isso, estamos tomando medidas cabíveis e a legislação garante até a entrada compulsória. Esperamos que os moradores se conscientizem— comentou.

 Doença 

Os sintomas são febre alta, erupções cutâneas e dores musculares e articulares. Em casos graves, há hemorragia intensa e choque hemorrágico (quando uma pessoa perde mais de 20% do sangue ou fluido corporal), o que pode ser fatal.

O tratamento inclui ingestão de líquidos e analgésicos. Os casos graves exigem cuidados hospitalares.

 

 

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