‘Haja Amor’ estreia em BH

Ana Laura Corrêa

Em seu primeiro desfile em Belo Horizonte, o bloco divinopolitano‘Haja Amor’ lotou a avenida Assis Chateaubriand, no bairro Floresta, nesta terça-feira de Carnaval, 25. O cortejo – com dançarinos, trio elétrico, banda completa e uma bateria formada por 120 pessoas – foi acompanhado por um público estimado, segundo a organização do bloco, de 15 a 20 mil foliões, multidão que surpreendeu uma das fundadoras do bloco, Laís Alves.

—O público foi muito acima do que a gente esperava. De jeito nenhum pensávamos que iria ficar cheio como ficou. Foi, sem dúvidas, o melhor cortejo que o Haja já fez até hoje. Está todo mundo muito emocionado e a gente está recebendo muitos feedbacks de que foi lindo, um belíssimo desfile — contou.

Laís disse também que muitos foliões saíram de Divinópolis para marcar presença no desfile em Belo Horizonte.

—Teve van saindo de Carmo do Cajuru e ônibus de Divinópolis. Fiquei muito feliz de receber o folião de Divinópolis no nosso bloco, principalmente em um cenário como BH, em que há vários blocos tocando ao mesmo tempo — comemorou.

Criado em 2017, por um grupo de Divinópolis que tocava em blocos de BH, a apresentação na capital foi uma forma de continuar participando – desta vez com o próprio bloco – da folia em Belo Horizonte. O desfile, segundo Laís, também foi uma forma de motivar os integrantes do Haja, que ficaram decepcionados com a saída dos cortejos do Centro de Divinópolis.

— A energia de tocar no coração da cidade é outra. O Carnaval é uma celebração da vida, e no Santuário, um cartão postal da cidade, as pessoas têm conforto para curtir com as famílias, em função da praça, que nos arremete mais à tradição de brincar Carnaval — contou.

Repertório

Por duas horas e meia, o público na avenida cantou e dançou ao som de sucessos do axé, como “Faraó”, “Mimar você” e “Prefixo de verão”, além de faixas da MPB.

— Também abrimos o repertório para um clássico sertanejo, “Evidências”, e para um “feminejo” que não agride ninguém e fala de amor. No repertório, a gente procura trazer muita música que fale de amor, luta, força, celebrar a vida, o Carnaval — contou Laís.

Desfile

Para levar o bloco a BH, a fundadora do Haja conta que não enfrentou burocracia e que o processo foi “muito tranquilo”.

—Foi bem mais fácil do que em Divinópolis. A Belotur [Empresa Municipal de Turismo de BH] tem um processo muito organizado, junto aos Bombeiros, à Defesa Civil e à BHTrans [Empresa de Transportes e Trânsito], com zero burocracia e um suporte fora do comum — relatou.

Em BH, no entanto, o Haja Amor enfrentou o mesmo problema de outros blocos da cidade e teve que sair às ruas com um trio menor do que aquele que desfilou em Divinópolis. A mudança ocorreu porque, às vésperas da folia na capital, a Polícia Militar (PM) solicitou alterações no documento de diversos trios – incluindo o do bloco divinopolitano – que não poderiam ser feitas a tempo dos desfiles.

—É um ponto positivo para Divinópolis, onde a PM acompanha a saída dos blocos, e em BH ela não participa das reuniões, e aí houve essa surpresa da exigência em cima da hora — disse.

2021

Em maio começam os preparativos para os desfiles do Haja Amor no ano que vem. De acordo com Laís Alves, a volta à capital mineira em 2021 é garantida.

— Com certeza vamos para BH ano que vem de novo, porque fomos muito bem recebidos, abraçados pelos foliões da cidade. Foi bom demais — finaliza.

 

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