‘Força Tarefa’ quer banir quadrilhas especializadas em explosão a caixas

 

Rafael Camargos

Anunciada pelo governador Fernando Pimentel (PT) em setembro, durante uma reunião no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, a criação de uma força-tarefa para combater o roubo a caixas eletrônicos em Minas Gerais já começa a caminhar para se tornar realidade nas cidades do Centro-Oeste de Minas.  

Para falar sobre a modalidade que está em uma crescente na região, principalmente em cidades de pequeno porte, onde o policiamento é reduzido, a exemplo da última vítima, Formiga, as policias, Militar e Civil realizaram uma coletiva de imprensa ontem, 17, em Divinópolis. 

Durante o evento as autoridades da segurança traçaram metas e prometeram tentar minimizar os danos que os criminosos vêm trazendo a região. Segundo as investigações da Polícia Civil, pelo menos três quadrilhas estão sendo monitoradas pelo serviço de inteligência por praticar este crime.  
Os números não mentem, só neste ano, foram 19 explosões a caixas eletrônicos consumadas em agências bancárias nos 50 municípios pertencentes a 7ª Região da Polícia Militar.  Ainda houve sete tentativas e uma preparação. Em todo o ano passado foram 22 explosões. Número este, que pode se igualar, uma vez que ainda faltam 42 dias para o ano terminar.

Preparados



Sempre muito bem armadas, para poder competir com os criminosos, às polícias vêm se capacitando. De acordo com o comandante da 7ª Região da Polícia Militar (7ª RPM), Helbert William Carvalhaes, a força tarefa é integrada com a Polícia Civil e terá uma equipe altamente capacitada e preparada para fazer frente aos criminosos. Por parte da PM, oito militares farão parte da equipe montada exclusivamente para auxiliar outros policiais em casos de explosão. Além disso, quatro da área de inteligência vão trabalhar diretamente com essas questões.  

— Todas as nossas unidades estão sendo capacitadas e treinadas para combater esta situação. São operações preventivas, quanto repressivas em conjunto com a Polícia Civil — comentou.

Contingente

Dentre as ações está um maior número de policiais envolvidos. Segundo o comandante, os 150 estão sendo empregados e divididos dentre os municípios.  

— Além de colocar militares nestes locais onde ocorrem as explosões a caixas eletrônicos, estamos também entrando em contato com as agências bancárias para que elas aumentem seus dispositivos de segurança — argumentou.  

Uma opção é procurar os governos municipais para que eles formalizem um decreto de segurança nas agências, forçando assim a colocação dos dispositivos de segurança.

Na ativa

Chefe do 7º Departamento da Polícia Civil, delegado Ivan Lopes, explica que o grupo já está atuando em investigações complexas como as explosões a caixas eletrônicos. Segundo ele, o grupo irá atuar também em furtos e roubos de material usados em crimes dessa natureza.  

— O grupo vai auxiliar, aumentando a interlocução entre as nossas unidades policiais, que continuam responsáveis pelos crimes que acontecem em sua área — expôs.

O regional adiantou ainda que, a PC está trabalhando com a hipótese de que há pelo menos três grupos distintos agiram na região Centro-Oeste do Estado. 



Tecnologia

Aliada as ações previstas pelas autoridades de segurança, a tecnologia pode vir a ser uma arma poderosa contra os bandidos. Por isso, as polícias já vêm trabalhando na implantação de um scaner de placas automotivas. O equipamento deve ser colocado na entrada dos municípios e funcionará da seguinte forma: Assim que um veículo passar ou entrar na cidade, o equipamento fará a leitura da placa e acusará se o automóvel foi roubado ou não. Isso facilitará o trabalho de investigação e de abordagem dos suspeitos. Modelo que já foi implantado em Arcos, uma das vítimas das quadrilhas especializadas. 

— É um sistema que se chama OCR. É uma tecnologia nova que faz o scaner das placas, e aí então um veículo que tiver com queixa de roubo, furto, ou qualquer outro problema relativo, vai ser acionada a central e iremos deslocar com o efetivo necessário para fazer frente à situação — finalizou.

Formação

A formação do grupo foi definida após reunião do governador com os representantes das forças de segurança do Estado, e tem como objetivo reduzir ainda mais o número de casos desse tipo de crime que, no primeiro semestre de 2017, caiu 34% em relação ao mesmo período do ano passado. 

Em setembro, Fernando Pimentel destacou que, além de aumentar a sensação de segurança no Estado, há uma preocupação em relação à questão socioeconômica dos pequenos municípios mineiros. Segundo o governador, após a explosão ou assalto ao caixa eletrônico, os cidadãos mineiros acabam ficando descobertos dos serviços bancários que, em muitas cidades, não possuem agências de banco. 

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