"Flicar" em casa

Augusto Fidelis 

Flicar em casa

À medida que a pandemia avança, inclusive fazendo suas vítimas, as pessoas reagem da maneira que podem. Há bocas a serem alimentadas, há corpos  a serem vestidos e conhecimento a ser transmitido. Neste contexto, a escritora Júnia Paixão anuncia para o período de 6 a 9 de julho a realização da Feira Literária de Carmo da Mata totalmente on-line, daí o título: “Flicar em casa”.

A Flicar teve sua primeira edição realizada no ano de 2017. Foi interrompida em 2020 porque ninguém tinha ideia de como iria evoluir o tal de corona, com enorme prejuízo aos afazeres culturais, não somente em Carmo da Mata, mas em todo o mundo. Mas a vida acontece é nas cidades, portanto, cada município, não importa o lugar do planeta onde esteja plantado, precisa sair da inércia. Há muitas mortes, mas muitos outros vão continuar vivendo, então é preciso reagir.

Segundo a organizadora, a literatura e as demais manifestações culturais presentes na Flicar serão levadas ao público pelas redes sociais, destacando-se o Youtube, Facebook e Instagram. Os internautas vão conhecer autores, artistas, estudiosos e amantes do livro, sem sair de casa. E tem mais: não apenas conhecer, mas também se inteirar com eles e elas. Só realiza quem tem a ousadia de sonhar. Neste sentido, Carl Sagan avaliza: “Um livro é a prova de que os homens são capazes de fazer magia”.

Para quem duvida da importância do livro, vale o alerta de padre Antônio Vieira: “O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive”. O gaúcho Mário Quintana concorda plenamente com Vieira e acrescenta: “O livro traz a vantagem de a gente estar só e ao mesmo tempo acompanhado”. 

É uma lástima que a Flicar tenha de ser on-line. Carmo da Mata é uma cidade muito agradável, com praças bem cuidadas e não há sujeira nas ruas, mesmo quando recebe muitos visitantes. No entanto, mesmo a distância, Júnia Paixão garante cinco dias de bom papo, boa música, contação de história e lançamento de livros. Júnia deixa claro o objetivo de toda essa movimentação: “Queremos fazer parte desse circuito literário como forma de trazer conhecimento e cultura para a nossa comunidade, mostrar a riqueza cultural local e levar o nome do nosso município Brasil afora”.

Como o mar não está para peixe, a organizadora lembra que esta edição da Flicar acontece com sustentação da Lei Adir Blanc, no âmbito do Estado de Minas Gerais, que proporcionou um aporte de recursos emergenciais aos artistas e espaços de cultura. Daí, o interessado já pode acessar o histórico do evento e a programação no site: www.flicar.net

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