‘Estamos à beira de um colapso’ afirma secretário de Saúde

Divinópolis tem somente 11 leitos de CTI e nove de enfermaria para atender mais de 1,2 milhões na macrorregião

Bruno Bueno

A situação da ocupação dos leitos em Divinópolis chegou ao limite. Em entrevista coletiva na tarde de ontem, o secretário de Saúde, Alan Rodrigo, afirmou que a cidade está próxima de um colapso na rede hospitalar, visto o grande número de pacientes em leitos de UTI e enfermaria.

— Não quero usar o termo colapso, mas estamos próximos disso. Os próprios leitos de covid já extrapolaram. Se os que não são para pacientes de covid seguirem esse rumo, não teremos nem onde abrir novos leitos — explicou.

O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, viria a Divinópolis hoje para ver de perto a situação, mas a visita foi cancelada por volta das 19h30.

Dados

O secretário municipal, durante a coletiva, divulgou os dados da rede hospitalar na cidade.

— Temos 94% de ocupação da enfermaria e 85% de CTI para pacientes com covid na macrorregião. Além disso, são apenas 11 vagas para CTI adulto em Divinópolis. São oito no hospital de campanha e três no São João de Deus. Na enfermaria, temos nove leitos disponíveis, todos no São João de Deus. Essas vagas, vale ressaltar, são para atender toda a macro, que tem mais de 1,2 milhões de pessoas — explicou.

Ainda segundo o secretário, existem apenas quatro leitos disponíveis na enfermaria infantil do hospital de campanha. Ele ressaltou que a cidade atingiu 100% da ocupação de CTI não covid e que existem 20 pessoas em estado grave, aguardando vaga para entrar.

Outras cidades

Alan também explicou a situação dos pacientes de fora. Segundo ele, existem 14 de outras cidades em Divinópolis.

— Temos 14 pacientes de fora. Atualmente são de Coromandel, Lagoa Formosa, Formiga, Araújos, Pitangui, Itapecerica e Itatiaiuçu.

Onda roxa

Ao ser questionado sobre uma possível onda roxa no município, o secretário explicou que a decisão de ingressar a macrorregião ocorre de cima para baixo, ou seja, a ordem é do Estado.

— Estamos num cenário bem preocupante. Vamos aguardar o posicionamento do Estado para ver o que vamos fazer. Não podemos tomar uma decisão própria. Nossa situação é de onda roxa, mas temos que aguardar a posição do governo estadual — explicou.

Segundo ele, em uma possível decisão do Estado, o prefeito da cidade teria obrigação de acatar.

— A decisão é do governo de Minas e o prefeito tem que aceitar. Seria interessante, pois, além de Divinópolis, outras cidades vizinhas iriam aderir à onda, seria uma decisão unificada — disse.

Novos leitos

O secretário ainda abordou sobre uma possível aquisição de novos leitos.

— Na reunião que tive ontem, cobrei novos leitos. O isolamento social é importante, porém devemos buscar alternativas que alcancem resultados imediatos. Estamos buscando reabrir os leitos que foram fechados em dezembro. Apesar da vacina e do trabalho da população, novos leitos são necessários — afirmou.

Macro na vermelha 

Na macrorregião Oeste, a situação também preocupa. Dados divulgados no fim da tarde de ontem mostram que a macro foi para a onda vermelha do Minas Consciente.

Sendo assim, somente a macrorregião do Jequitinhonha está na onda amarela do plano. Outras nove estão na vermelha (Sul, Leste, Leste do Sul, Vale do Aço, Centro, Oeste, Centro-Sul, Sudeste e Nordeste) e quatro na onda roxa (Norte, Noroeste, Triângulo do Norte e Triângulo do Sul).

As atividades deverão funcionar com mais restrições, como limitação de até 30 pessoas em eventos e distanciamento de pelo menos três metros.

 






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