‘Estação das Esperas’ é o novo livro de Sulamita Coelho Amaral

Contos levam o leitor a fazer uma viagem entre o real e o imaginário

Da Redação

Para os amantes de uma boa leitura, o mais novo trabalho da escritora, que também já foi cronista do Agora, Sulamita Coelho Amaral, já está à venda na Boutique do Livro e também pelo site boutiquedolivro.com. “Estação das Esperas” conduz o leitor a uma viagem entre o real e o imaginário, passeando por entre personagens que nos mostram a mágica inusitada da vida comum. Um livro de contos maravilhoso, viabilizado pela Lei Aldir Blanc.

— Os contos deste novo livro de Sulamita Coelho Amaral nos levam para uma viagem entre o real e o imaginário, entre o cotidiano frugal e o fantástico. Personagens que poderiam ser nossos vizinhos, amigos, parentes ou nós mesmos, em situações igualmente familiares, nos mostram a mágica inusitada da vida comum. As cenas transcorrem à nossa frente, uma a uma, enquanto assistimos a tudo sentados num banco da Estação das Esperas. E o que estamos esperando sentados nesta estação enquanto a vida passa? — diz o empresário Daniel Bicalho.

Entrevista

Em entrevista ao Agora a escritora detalha toda a elaboração e conceito pelo qual o livro passou. 

Agora - Os contos foram escritos quando? 

Sulamita - Foram escritos ao longo dos anos. Alguns mais recentes.

Agora - Muitos contos têm um tom de memórias,  dando-nos a impressão que você está rememorando fatos reais. Os contos são pessoais ou dizem respeito a fatos reais?

Sulamita - Há uma tênue linha entre a realidade e a imaginação. Muitas vezes, nossas recordações são recordações de outros, ou, então, acreditamos que sejam nossas. Não há história sem pinceladas da memória. Mas a imaginação é o celeiro das ideias.

Agora - Ao mesmo tempo, há pinceladas do realismo mágico latino-americano na sua escrita. Essa escrita tão típica da américa latina te influencia literariamente?

Sulamita - A literatura latino-americana, naturalmente, tem influência sobre minha escrita. Quando li "Os tambores de São Luís", de Josué Montello,  transportei-me. Cheguei a lhe escrever uma carta, que ficou na gaveta. Mário Vargas Lhosa, com seu livro "A festa do bode", com detalhes surpreendentes, escancara o horror da ditadura de Trujillo na República Dominicana, o que me levou a buscar histórias de personagens, como a vida das irmãs Mirabal. Quem não se encanta com o amor de Florentino Ariza em "O amor nos tempos do cólera", de Gabriel Garcia Marquez? Com "Por parte pai", de Bartolomeu Campos Queirós? Vou longe se enumerar tanta influência... A obra-prima de Lúcio Cardoso, "Crônica de uma casa assassinada", a sutileza dos contos de Katherine Mansfield. Cada livro que leio descortina-me um mundo de ideias. Quanto ao realismo mágico é com o que nos deparamos no dia a dia de nossas vidas. É inacreditável. 

Agora - Os escritores reagiram de maneiras diferentes durante a pandemia. Muitos não conseguiram produzir, outros tiveram um fluxo criativo maior. Como está sendo a sua relação com a escrita durante a pandemia?

Sulamita - A pandemia atacou-me de maneira surpreendente, fiquei estagnada. Sentia-me em frente ao computador, olhava a tela, as mãos. Os quadros, os retratos na parede. O que chegava era tristeza. Entre papéis, recuperei algumas crônicas, versos, e pensava: “Será que fui eu mesma que escrevi?”.

Mas ganhei um prêmio da Academia Literária de Conselheiro Lafaiete, com uma poesia sobre a cidade. Por fim, tive a felicidade de contar com Daniel Bicalho, que levou "Estação das Esperas" para seleção da Lei Aldir Blanc.

Peço a Deus, toda noite, que acabe com este vírus e abrande o coração dos homens públicos para governarem para o povo, e não em proveito próprio.

 

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