À espera da boa vontade

À espera da boa vontade 

Editorial

Divinópolis recebeu a visita do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, na última sexta-feira. Ele veio à cidade para visitar algumas obras, mas a grande expectativa mesmo era do encontro de Rogério com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em Perdigão, onde seria assinado um convênio no valor de R$ 7,8 milhões. Outra “grande expectativa” que envolvia a visita de ambos não era nada mais nada menos do que o Hospital Público Regional Divino Espírito Santo. No dia 22 de março, a Prefeitura informou, por meio de um release, que o Governo do Estado havia sinalizado o repasse no valor de R$ 3,6 milhões para transformar parte do Regional em um hospital de campanha. De acordo com o anúncio feito pelo Executivo, seriam abertos 60 leitos covid-19, sendo 40 de enfermaria e 20 de CTI. 

Além da verba no valor de R$ 3,6 milhões, que seria para adequar a obra e comprar equipamentos, o Executivo Estadual repassaria também R$ 950 mil para o custeio destes leitos. Toda a situação gerou uma expectativa ainda maior de que “agora ia”, quando a CIS-URG Oeste anunciou que a Secretaria de Estado de Saúde (SES) havia solicitado que o Consórcio fizesse o cadastro de uma proposta de convênio para administrar o os leitos abertos para atendimento a pacientes de covid. A partir daí, a sensação que se tinha era de que, mesmo que não fosse em sua totalidade, enfim o hospital regional se tornaria realidade. Mas, no dia 10 de maio, após um mês e meio do cadastro da proposta, a SES informou que não mais faria convênio com o Consórcio e, mais uma vez, a população divinopolitana ficou sem entender. Afinal, iriam funcionar os leitos ou não? Seria o primeiro passo para a abertura definitiva da unidade de saúde?

A iniciativa para esta abertura partiu do secretário municipal de Saúde, Alan Rodrigo, visto que a situação de Divinópolis e região era gravíssima e parte da estrutura do hospital daria para ser aproveitada. Sem falar que não havia outra alternativa, tudo estava lotado de pacientes covid ou não, incluindo o anexo da Clínica São Bento Menni. O Executivo Estadual solicitou, então, ao CIS-URG que cadastrasse uma proposta para administrar o hospital de campanha, mas desistiu logo depois, sob justificativa de que o convênio será feito somente com a  Prefeitura. Ou seja, o processo voltou ao estágio inicial, aguardando os recursos que virão do acordo com a Vale. No entanto, não foi isso que a Secretaria de Estado de Saúde respondeu ao ser questionada pelo Agora sobre a desistência dos leitos anunciados. Mas foi isso que o governador Romeu Zema (Novo) deu a entender quando foi questionado em Perdigão.  E foi além, ao dizer que não se sentiria à vontade em fazer um puxadinho. Quer entregar a obra toda. Além disso, os números do coronavírus na cidade caíram consideravelmente, na certa, não faria sentido os leitos só covid no regional. No entanto, para que a obra toda seja retomada, espera-se a boa vontade de um grupo de deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Eles resolveram criar caso de uns dias para cá travando o acordo entre o Estado e a Vale feito na Justiça. O motivo é apenas disputa política pensando em 2022. A construção está sendo usada mais uma vez para promoção política, mas, desta vez, pelos nobres deputados, entre eles alguns que tiveram votos em Divinópolis e região. Os divinopolitanos tiveram suas expectativas frustradas de novo, mas, agora, não depende apenas do grande esforço do deputado Domingos Sávio (PSDB), por exemplo, ou das cobranças feitas à pessoa errada por parte dos vereadores divinopolitanos, mas dos deputados estaduais que podem elaborar a proposta de autoria do Estado para a retomada das obras ‒ não somente do hospital de Divinópolis, mas de outros três em Minas ‒ no entanto, estão retardando ao máximo. Porém podem apostar que vão fazer hora até a campanha 2022 começar. A não ser que seus colegas de cadeiras que representam a região, como Fábio Avelar (Avante), de Nova Serrana, e Cleitinho Azevedo (CDN), de Divinópolis, comprem a briga e levem o reforço de Domingos Sávio e demais prefeitos e vereadores que queiram lutar pela causa, do contrário...

 

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