‘Cinco eleições e um hospital’

Editorial 

Ao que tudo indica, a novela Hospital Público Regional está perto de ter um fim. Segundo fontes ligadas ao Governo do Estado, a Vale e a Secretaria de Estado de Saúde (SES) vão finalmente formalizar o acordo do repasse dos recursos para finalizar a obra. Mas, isso, só  após as eleições. A medida teria sido tomada para não afetar a disputa eleitoral e não favorecer nenhum candidato à Prefeitura que tenha ligação com o Executivo Estadual. Sensato? Sim. Afinal, quantos votos já saíram daquele hospital ‒ aliás, das obras à espera de um final feliz? Quantos políticos conseguiram ser eleitos fazendo promessas de acabá-lo? Quantos palanques foram feitos ali? Quantos vídeos foram gravados? Esta é uma novela que necessita ser terminada, pois não foram nem um, nem dois candidatos, não, foram vários que colocaram “nariz de palhaço” na população. Prometiam a finalização, conseguiam seus famigerados votos e, depois de eleitos, não moviam uma palha sequer, afinal, interessa a alguém finalizar a obra se ali estão garantidos alguns votos?

De 2010 para cá – quando o Hospital Público começou a ser construído – já se passaram cinco eleições, sendo três municipais e duas majoritárias, e não é possível calcular quantos votos aquela obra rendeu aos candidatos que a usaram como palanque político. Tudo isso renderia até um nome para a novela: “Cinco eleições e um hospital”. Há mais de uma década, e cinco processos eleitorais, envolvendo certamente mais mil candidatos, Divinópolis e região aguardam o desfecho desta história. Com esta nova informação, a da possível retomada das obras no próximo ano – janeiro é cotado – é impossível não criar expectativas, e também não ver a responsabilidade aumentada para escolher bons representantes no dia 15 de novembro, pois o próximo prefeito e os próximos 17 vereadores terão que mostrar trabalho.

Muitos devem estar se perguntando: mas o que o Hospital Público Regional tem a ver com a Prefeitura? Tudo! A Vale vai garantir o recurso para que a obra seja finalizada, mas quem vai receber o repasse, fazer o processo licitatório para a contratação da empreiteira, fazer a fiscalização da obra é o Executivo Municipal. E é exatamente por isso que a responsabilidade do divinopolitano estará dobrada no dia 15 de novembro. O próximo prefeito terá este compromisso com a população: finalizar e entregar o tão sonhado e esperado hospital. Afinal, uma vida precisa valer mais do que votos,  do que eleição, aliás, cinco eleições. É mais do que necessário, é obrigatório que os representantes do povo acabem com isso de uma vez! Com recurso liberado, o show tem que acabar. O problema é pensar que 2022 está logo ali.

Está mais do que na hora de a unidade de saúde deixar de ser palanque político para, enfim, cumprir o seu objetivo: salvar vidas! Pois, “Seis eleições e um Hospital” já seria demais! Que venha dia 15 novembro e um eleitorado consciente do seu voto, da importância dele. Que venha 2021, que as promessas sejam cumpridas, as novelas terminadas e os problemas solucionados. 

 

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