É bem-vinda

Gisele Souto

Bem que a Câmara de Divinópolis poderia se espremer nos gastos para devolver uma quantia maior à Prefeitura no fim do ano. O motivo é simples: é de conhecimento de todos que não somente nossa cidade enfrenta grave crise financeira, mas os demais municípios mineiros. Pode ser que no início do próximo ano as coisas melhorem um pouco, tendo em vista que o governo do Estado prometeu começar a pagar os repasses atrasados da gestão de Fernando Pimentel (PT). No entanto, toda ajuda é bem-vinda, especialmente se tratando de dinheiro pago pelo povo.

Já ajuda

E quando o assunto é economizar, qualquer moeda que se guarde servirá ou mais cedo ou mais tarde. No caso da Câmara, as verbas de gabinetes são exemplos de gastos que poderiam ser, pelo menos, economizados. São necessárias, sim, mas garanto que qualquer vereador sobreviveria sem ela. São ligações, envelopes, impressões, selos... Somadas as despesas no fim do mês, levando em conta a quantidade de vereadores (17), pode-se chegar a valores absurdos. Não a cada 30 dias, mas no ano, nos quatro de mandato, basta fazer as contas. Que tal começar a pensar na situação? Falta ainda cerca de um ano e meio para o fim desta legislatura. Podem apostar que faria a diferença.

Largaram na frente

Dos 17 vereadores, três merecem destaque neste quesito, nos valores gastos em junho, menos de R$ 10: o presidente Rodrigo Kaboja (PSD) e Roger Viegas (Pros), pouco mais de R$ 7, e Matheus Costa (CDN), pouco acima de R$ 9. Juntos gastaram cerca de 1% do valor consumido por um dos edis, que passou de R$ 1 mil. É onde entra a importância da economia. Um deles, que usou apenas R$ 7, gastaria apenas R$ 252 nos quatro anos, enquanto o que consumiu R$ 1 mil a cada mês, chegaria ao fim do seu mandato com um rombo de R$ R$ 48 mil.  Diferença que, se somada às demais dos gastadores, poderia servir e muito para os mais necessitados.

Tudo no mesmo

E por falar na nossa Casa legislativa, as reuniões foram retomadas ontem, após o recesso. Variou entre morna e discursos mais alterados, os mesmos e das pessoas que estamos acostumados a ver. Ou seja, quem tinha esperança de ver algo novo neste segundo semestre, deve ter se decepcionado: ‘Tudo como antes, no Castelo de Abrantes’.

Salvou a tarde

As exceções foram os vereadores Roger Viegas, que destacou a situação do presídio Floramar, onde há uma obra de ampliação parada há pelo menos dois anos e meio. Outro que tocou em um assunto que merece atenção foi Marcos Vinícius (Pros), que alertou sobre a grave situação da dengue na cidade devido ao descapricho e irresponsabilidade de muitos moradores. Convocou uma força-tarefa envolvendo todos os poderes para que seja dado um basta nesta realidade que assola a cidade, nem que para isso tenha punir muita gente. Errado? Não. Infelizmente, com o brasileiro só funciona com a força da lei. 

Perdeu o cargo

Ainda tratando de Câmara Municipal, a de Belo Horizonte cassou o mandato do vereador Cláudio Duarte (PSL) na tarde desta quinta-feira. Foram 37 votos favoráveis – eram necessários 28 – e nenhum contrário. O pedido de cassação foi protocolado pelo vereador Mateus Simões (Novo) no dia 23 julho, tendo em vista que Duarte é suspeito do crime de “rachadinha”, quando um parlamentar obriga funcionários do gabinete a devolver parte do salário. Por sua vez, Duarte nega as acusações. Engraçado, não tem nada a ver, mas foi preso e cassado sem dó nem piedade. Não são provas suficientes? Ops: temos caso análogo por aqui.

Saúde desfalcada

Enquanto faltam médicos na maioria das unidades de saúde do país, incluindo Divinópolis, se ouvem asneiras. Ao lançar o programa Médicos pelo Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) usou parte do seu discurso para criticar o PT e o Mais Médicos, lançado no governo Dilma Rousseff. Ele não poupou nem mesmo os médicos cubanos que atuam ou atuaram no Brasil. "Se os cubanos fossem tão bons assim, teriam salvado a vida de (Hugo) Chávez, não deu certo", disse. Acho que seria menos feio se o senhor presidente mandasse fazer uma pesquisa sobre a atuação destes profissionais junto aos mais carentes onde eles trabalhavam, incluindo colegas de profissão e pacientes, para depois falar besteira. Por aqui eu apontaria pelo menos três unidades.

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